Enniskillem (R.Unido), 17 jun (EFE).- A União Europeia (UE) e os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que começarão a negociar em julho um acordo de investimento e comércio, que ambas as partes esperam que sirva para fomentar o crescimento econômico e o emprego.
"As negociações começarão em julho em Washington", anunciou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e os presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, à margem da cúpula do G8.
O futuro pacto transatlântico, que deverá ser concluído em dois anos, "impulsionará o comércio, a criação de emprego e o crescimento econômico", afirmou Barroso, que ressaltou que a proposta também beneficiará os demais países.
No entanto, os líderes presentes admitiram que a negociação desse futuro acordo, articulada entre aqueles que se definem como os melhores parceiros comerciais do mundo, também incluem assuntos sensíveis para ambas as partes.
"É óbvio que há assuntos sensíveis nas negociações para um acordo de livre-comércio entre a UE e Estados Unidos, mas, mantendo uma mente aberta e a criatividade, encontraremos boas soluções. Há muitas coisas em jogo", indicou Van Rompuy.
Obama, por sua parte, assegurou que, apesar dos negociadores de ambas as partes terem "mandatos firmes" para chegar a um acordo, é possível que os próprios líderes tenham que intervir em algum ponto das conversas que revista uma maior complicação.
"Acho que estas negociações serão um desafio. Acho que serão difíceis e que todos vão ter sensibilidades que terão que ser abordadas", apontou o presidente dos Estados Unidos.
Cameron, o anfitrião da reunião do G8 iniciada hoje na Irlanda do Norte, declarou que espera uma "bem-sucedida conclusão" das negociações transatlânticas, tendo em vista alguns benefícios, como "mais emprego, preços mais baixos e ajuda às famílias trabalhadoras".
"Esta é uma oportunidade que se produz uma vez em cada geração e não podemos deixá-la escapar", completou.
Os países da UE que fazem parte do G8 (França, Reino Unido, Alemanha e Itália) e Estados Unidos se reuniram à margem da cúpula de Enniskillem para dar o impulso político nas negociações que, quando forem concluídas, aumentarão o crescimento da UE em 0,5% anual.
Europeus e americanos, que há anos preparam o lançamento oficial destas discussões, já possuem a relação econômica mais integrada do mundo, com um comércio de bens e serviços próximo a US$ 1 trilhão e com investimentos que superam os US$ 2 trilhões. EFE
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