Por Julia Payne e Tommy Wilkes
BRUXELAS/LONDRES (Reuters) - A União Europeia propôs nesta terça-feira novas regulamentações para empresas que vendem classificações ESG (ambiental, social e de governança), o que pode forçar algumas delas a reestruturar seus negócios, em uma grande transformação do setor.
S&P Global , Moody's , MSCI > e a Sustainalytics, da Morningstar, estão entre as maiores vendedoras de classificações sobre desempenho ESG das empresas, que ajudam a orientar trilhões de dólares em investimentos.
De acordo com a proposta de legislação da UE, os provedores precisam interromper a prestação de serviços de consultoria a investidores, a venda de classificações de crédito e o desenvolvimento de benchmarks, entre outras coisas, para evitar possíveis conflitos de interesse.
Os provedores precisarão ser autorizados e supervisionados pela Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA, na sigla em inglês), e o descumprimento das novas regras poderá resultar em multa de até 10% do seu faturamento líquido anual.
As regras podem acabar forçando as agências a separar seus negócios, embora ainda não esteja claro quais mudanças as empresas precisariam fazer para que suas operações sejam consideradas como independentes.
"A agências de classificação ESG que atribuem pontuações às empresas com base em fatores de governança não são regulamentadas, por isso é muito difícil comparar as classificações de diferentes agências. Não temos clareza sobre como essas classificações são alcançadas e parece haver conflito de interesses", disse Mairead McGuinness, Comissária Europeia de Serviços Financeiros, a repórteres.
Críticos afirmam que as metodologias de classificação ESG são excessivamente complexas, opacas e tendem a recompensar empresas que divulgam mais informações, em vez daquelas que são mais capazes de gerenciar riscos ESG ou que fazem um melhor trabalho em limitar impactos negativos dos negócios no planeta.
(Por Julia Payne e Tommy Reggiori Wilkes; reportagem adicional de Marc Jones)