SÃO PAULO (Reuters) - A Unigel afirmou que chegou a acordo com parte dos credores e protocolou na terça-feira pedido de homologação do seu plano de recuperação extrajudicial, que prevê a reestruturação de 3,9 bilhões de reais em dívidas, com a emissão de novos títulos e cancelamento dos atuais.
A empresa do setor químico afirmou que o plano foi aprovado pelos credores que representam mais de um terço do total da dívida a ser reestruturada.
Segundo a empresa, esses credores juntamente com o grupo Unigel terão 90 dias para buscar a aprovação do plano pela maioria proporcional do total do crédito a ser reestruturado, conforme exigido pela Lei de Falências Brasileira.
Além disso, o plano prevê captação de nova linha de crédito de aproximadamente 100 milhões de dólares com vencimento em 2027, através da qual os participantes da operação terão direito também a benefícios econômicos.
A Unigel, que opera duas fábricas de fertilizantes nitrogenados arrendadas da Petrobras (BVMF:PETR4), disse que o plano confere mais 90 dias de proteção para um maior detalhamento dos pontos negociais com os credores e elaboração dos documentos finais do acordo.
"Após as intensas negociações que aconteceram nos últimos meses, a decisão pela recuperação extrajudicial foi definida de forma consensual", disse a Unigel em nota.
Segundo o CEO da Unigel, Roberto Noronha Santos, o plano permitirá o aprimoramento da estrutura de capital da companhia, "com aumento de sua liquidez e redução significativa da alavancagem, a fim de garantir a continuidade do plano de negócios que foi duramente impactado pela crise da indústria petroquímica mundial".
Para o CFO e diretor de Relações com Investidores da empresa, André Gaia, o plano de recuperação extrajudicial representa um encaminhamento bem-sucedido das negociações e uma solução positiva tanto para a companhia, quanto para os credores.
"Além disso, serão levantados novos recursos para dar continuidade a projetos estratégicos como a fábrica de ácido sulfúrico, além de garantir a manutenção de suas operações no longo prazo de forma segura e em benefício de seus colaboradores, comunidades, clientes e fornecedores", disse Gaia.
Em dezembro de 2023, a empresa já havia realizado desinvestimento com a venda da Plastiglas, operação de chapas acrílicas da Unigel no México, cujos recursos reforçarão seu capital de giro, destacou a companhia em nota.
(Por Roberto Samora)