Por Luiza Ilie e Gabriela Baczynska
BUCARESTE/BRUXELAS (Reuters) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, obteve na quinta-feira apoio do principal grupo político da União Europeia, o Partido Popular Europeu, de centro-direita, para chefiar o poderoso executivo do bloco por mais cinco anos.
Única candidata na votação do partido, von der Leyen listou a guerra na Ucrânia, a crise em Gaza que desestabiliza o Oriente Médio e a ascensão da China como os principais desafios para a União Europeia, de 27 nações, um grupo rico de 450 milhões de pessoas.
"E aqui em casa, os amigos do (presidente russo Vladimir) Putin estão tentando reescrever nossa história e sequestrar nosso futuro. Eles estão espalhando ódio por trás de seus teclados", disse ela em uma reunião do partido em Bucareste.
"Nossa Europa pacífica e unida está sendo desafiada como nunca antes por populistas, nacionalistas e demagogos."
Von der Leyen venceu com 400 votos a favor e 89 contra, disse uma autoridade do PPE, enquanto a música "Beautiful Day", do U2, tocava nos alto-falantes.
O apoio vem antes de uma eleição parlamentar em toda a UE, em junho, que levará à nomeação de um novo grupo de autoridades graduadas da UE, incluindo chefe da Comissão com sede em Bruxelas.
Atualmente vista como uma clara favorita para liderar a Comissão novamente, von der Leyen começaria um novo mandato no momento em que a Europa busca fortalecer sua segurança e defesa, enquanto a Rússia trava uma guerra em suas fronteiras e Donald Trump busca um retorno à Casa Branca.
Se aprovada pelos líderes dos 27 países membros da UE, ela terá mais um mandato para traçar as políticas do bloco em tudo, desde grandes tecnologias e auxílios estatais até a triagem de investimentos chineses e sanções contra a Rússia.
Ela prometeu fazer avançar as economias da UE, reprimir os contrabandistas que estão conduzindo imigração irregular para o bloco, fortalecer a competitividade e as empresas, além de apoiar os agricultores à medida que o custo de vida aumenta.
Von der Leyen também prometeu mais ajuda financeira e militar à Ucrânia, que está lutando contra a invasão russa há mais de dois anos.
"Prosperidade, segurança, democracia - é com isso que as pessoas se preocupam nesses tempos difíceis", disse ela. "Em tempos de mudança, a Europa está ao seu lado."