Por David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, disse nesta quarta-feira que os planos dos republicanos para aprovar cortes de impostos estão entrando em águas turbulentas, já que lobistas corporativos tentam pressionar os parlamentares para que preservem isenções fiscais.
Em entrevista à Reuters, Ryan pediu que o Congresso aja logo para aprovar a legislação tributária, dizendo que o país precisa de um crescimento econômico mais rápido logo, e que o esforço de reforma começará a enfrentar seus desafios mais duros.
Os lobistas, comumente chamados de "Rua K" devido à rua homônima do centro de Washington que abriga muitas empresas de lobby, logo infestarão o Capitólio para defender isenções fiscais para grupos de interesses especiais, afirmou Ryan, o republicano mais graduado do Congresso.
"Quando os detalhes chegarem é que vocês verão a Rua K vindo ao Congresso. E é por isso que isto não foi feito em 31 anos", disse Ryan, referindo-se às últimas grandes mudanças nos impostos adotadas em 1986 no governo do então presidente Ronald Reagan.
Embora os parâmetros gerais da proposta tributária já tenham vindo a público, a legislação detalhada só deve ser revelada na semana que vem.
Garantir a aprovação do Congresso ao plano de cortes de impostos daria ao presidente Donald Trump sua primeira grande vitória legislativa desde que tomou posse em janeiro. Os republicanos controlam a Casa Branca e as duas câmaras congressuais e estão sendo pressionados a cumprir suas promessas de campanha.
Um elemento central do plano de Trump é reduzir a taxa de imposto de renda corporativo de 35 para 20 por cento.
Os democratas pintaram o plano fiscal como um presente aos ricos e às grandes corporações dos EUA que elevaria muito o déficit e aumentaria a dívida nacional de 20 trilhões de dólares.
Ryan se referiu à prática de rafting em águas turbulentas para descrever como o esforço de reforma fiscal está entrando em sua fase mais difícil.
Ele exortou o Congresso a aprovar a legislação tributária rapidamente para garantir o que disse que será o crescimento econômico resultante e minimizou os temores de que os cortes de impostos ampliarão o déficit federal.
"Realmente temos uma sensação de urgência. Queremos que o crescimento econômico se aplique a todos, queremos que os contribuintes da classe média finalmente tenham uma folga", disse.