Bruxelas, 19 out (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou nesta sexta-feira que existem "sinais positivos" que apontam para uma recuperação da economia dos países do euro, apesar da difícil situação da zona.
"Há pontos que são mais positivos, sobretudo no que faz referência à estabilidade da zona do euro. Vê-se no diferencial de taxa de juros em comparação com o bônus alemão, que está decrescendo espetacularmente em todos os países da zona do euro", indicou Van Rompuy ao término da cúpula europeia realizada em Bruxelas.
Os 27 países acordaram, durante a cúpula, aprovar antes de janeiro de 2013, o marco legal para a criação do supervisor bancário único e desenvolver sua capacidade operacional ao longo desse ano, mas deixaram em aberto o calendário e a data para a recapitalização direta dos bancos.
"Foi uma longa e produtiva cúpula, com progressos no mecanismo de supervisão bancária única que estará em vigor ao longo de 2013", assinalou o presidente do Conselho, sobre o ponto que centrou a agenda dos 27 nesta reunião de dois dias.
Van Rompuy, que assinalou que esses progressos são "o melhor sinal de certa calma" nos mercados, admitiu que a situação, assim como o crescimento e o emprego, "continua sendo preocupante", já que neste ano, segundo as últimas previsões, "estima-se que quase não haverá crescimento" em 2013 na zona do euro.
O presidente insistiu, no entanto, que os sinais mais positivos sejam apreciados, como a "convergência cada vez maior" dos déficits do setor público, assim como em termos de competitividade e da conta corrente do balanço de pagamentos.
Van Rompuy afirmou que os indicadores macroeconômicos "estão em convergência" nos países do euro, mas não os referentes ao crescimento e o emprego, que estão "em divergência".
"É preciso trabalhar nisso, por isso estamos colocando um ponto na execução do que decidimos" sobre o pacto crescimento e emprego, que os líderes comunitários selaram em junho, concluiu.
Van Rompuy indicou, além disso, que "a muito curto prazo, a melhor contribuição ao crescimento e o emprego é restabelecer a confiança dos consumidores e das empresas, e restabelecer a confiança desses dois agentes econômicos passa por restabelecer a confiança sobre o futuro da zona do euro".
"Nessa área, fizemos progressos nas últimas semanas, nos últimos meses", disse Van Rompuy, o que considerou como "um sinal precursor de crescimento econômico na parte norte da zona do euro, que pode ter também se arrastar para a parte sul, onde em alguns países melhoraram a competitividade claramente".
Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durao Barroso, ressaltou nessa mesma entrevista coletiva "os progressos realizados sobre o mecanismo de supervisão bancária, uma boa discussão sobre o futuro da união econômica e monetária (UEM)".
"Mas não nos esquecemos que a prioridade imediata é conseguir o crescimento econômico e a criação de empregos", afirmou Barroso, que lembrou da "dolorosa" situação pela que atravessam muitos cidadãos europeus.
Por isso, o presidente pediu que os chefes de estado e de governo "ponham, imediatamente em andamento, o Pacto para o Crescimento e o Emprego que temos. Agora é preciso fazê-lo realidade".
"É necessário algo concreto. Faltam avanços em mercado único, em taxação, em comércio", acrescentou Barroso, que anunciou o lançamento do mecanismo de cooperação reforçada sobre a taxa sobre transferências financeiras a partir da próxima semana. EFE