CARACAS (Reuters) - A estatal venezuelana PDVSA começou a fazer um grande pagamento de dívida que vencia nesta sexta-feira, reduzindo preocupações de curto prazo sobre default, mas deixando o governo esquerdista venezuelano com menos dinheiro para atender à falta de comida no país assolado pela crise.
Investidores haviam se preocupado nesta semana de que problemas de fluxo de caixa e empecilhos regulatórios resultantes de sanções dos Estados Unidos sobre o governo do presidente Nicolas Maduro pudessem deixar a companhia incapaz de realizar o pagamento de quase 1 bilhão de dólares.
Mas o mercado acredita amplamente que a Venezuela está disposta e capaz de pagar, e qualquer atraso seria, portanto, resultado de fatores que estão além do controle da PDVSA, ao invés de uma falta de pagamento devido à ausência de fundos.
"(A PDVSA) derrubou as vozes apocalípticas que estavam apostando em colapso econômico e atacando o povo venezuelano, conspirando com a oligarquia econômica global, com o objetivo de desestabilizar e sabotar os avanços econômicos do governo bolivariano", disse a PDVSA, em nota.
A PDVSA transferiu 841,88 milhões de dólares referentes à dívida de 2020 para contas no JP Morgan, acrescentou a nota, sem citar o pagamento pendente de 143 milhões de dólares que também está vencendo.
Isso indica que a PDVSA está usando o período de tolerância de 30 dias para fazer esse pagamento, levando o total de cupons não pagos pela Venezuela e PDVSA a quase 650 milhões de dólares e servindo como um lembrete futuro dos problemas de fluxo de caixa do país.
O JP Morgan e a PDVSA não responderam imediatamente a pedidos de comentário.
(Por Alexandra Ulmer e Corina Pons; reportagem adicional de Eyanir Chinea, Deisy Buitrago, Paul Kilby e Dion Rabouin)