Verticalização de planos de saúde entra no mira da CPI da Covid

Publicado 06.10.2021, 16:27
Atualizado 06.10.2021, 16:30
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REUTERS/Adriano Machado
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SÃO PAULO (Reuters) - Os ganhos dos planos de saúde com operações de incorporação de hospitais e outros ativos de atendimento aos usuários, a chamada verticalização, entrou na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a condução da gestão da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro.

O assunto entrou na pauta com o depoimento do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello Filho, criticado pela falta de ação da autarquia sobre a atuação da Prevent Senior. A empresa tem operação verticalizada e é acusada de fraudes em registros de óbitos de vítimas da Covid-19 e de imposição a médicos e clientes dos chamados "Kit Covid" de medicamentos, como hidroxicloroquina, e "tratamento precoce".

Na reunião, Rebello afirmou que a ANS vai decretar em até 15 dias um "regime especial de direção técnica" na operadora Prevent Senior por conta das denúncias contra a empresa divulgadas na CPI.

O instrumento, segundo a Agência Senado, não é uma intervenção e se refere à nomeação de um "diretor técnico" que vai enviar informações diárias da Prevent Senior para ANS analisar eventuais "anormalidades administrativas".

"Quero trazer para o banco dos réus a verticalização. E se precisar continuar tendo (a verticalização), é preciso ter algum grau de controle entre uma coisa e outra", defendeu o senador Rogério Carvalho (PT-SE) na comissão.

"Quanto menos custo, mais a operadora ganha, e se eu controlo quem produz o custo a partir da necessidade do usuário, vai se interferir na hora de atender a necessidade do cidadão?", questionou o senador.

"Este assunto (vertivalização) precisa ser apontado como um problema para se garantir a preservação da vida e garantir ao contratante de um plano de que a sinistralidade que acontecer com ele não será mitigada pelo interesse da operadora junto ao hospital ou unidade assistencial", disse Carvalho.

© Reuters. 06/10/2021
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Por volta das 16h, as ações da operadora verticalizada Hapvida (SA:HAPV3), também citada na CPI, tinham baixa de 1,9%, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,2%. Por sua vez, os papéis da Intermédica, alvo de aquisição da Hapvida mostravam baixa de 1,8%.

A ANS acompanha 736 planos de assistência médica, com mais de 48 milhões de clientes atendidos e o presidente da agência afirmou na CPI que o número de reclamações dos usuários cresceu durante a pandemia.

 

(Alberto Alerigi Jr.)

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