Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Via Varejo (SA:VVAR11) prevê manutenção da tendência de volume de vendas nos próximos meses, diante de um quadro em que ainda não observa melhora consistente no fluxo de clientes em lojas, disseram executivos da rede de móveis e eletrodomésticos nesta quarta-feira.
"Ainda que recentemente tenhamos notado melhoria nos indicadores de confiança...não percebemos melhoria consistente no fluxo de clientes em lojas", disse o presidente da companhia, Peter Estermann.
Apesar do cenário considerado ainda difícil, os executivos destacaram que a tendência de recuperação da companhia continua e que a Via Varejo tem ganhado participação de mercado, enquanto atua para maximizar sinergias no grupo.
Estermann disse que há um projeto em curso para melhorar o modelo de operação das lojas da Via Varejo, que vem sendo testado há dois meses e está em fase de implantação. Ele não deu detalhes sobre o projeto e o efeito nos números da empresa, mas citou que os resultados preliminares são muito positivos.
"A empresa continua a trabalhar incansavelmente para melhorar a produtividade das lojas e reduzir as despesas, mas a verdade é que a recuperação de vendas é crucial, uma vez que a desalavancagem operacional e despesas mais elevadas pressionaram a rentabilidade, apesar dos esforços da Via Varejo", disse o analista Tobias Stingelin, do Credit Suisse, em nota a clientes.
A Via Varejo divulgou pela manhã alta no prejuízo líquido do segundo trimestre para 89 milhões de reais, enquanto as despesas operacionais subiram 16,5 por cento. Por volta das 12:20, as units da companhia recuavam 6,6 por cento.
A companhia reconheceu no balanço do segundo trimestre créditos fiscais que impactaram positivamente 6,5 pontos percentuais na margem bruta comparada ao segundo trimestre de 2015. A expectativa da varejista é de que esse crédito fiscal seja convertido em caixa nos próximos nove meses.
Executivos da empresa comentaram ainda que não houve liminar para impedir o pagamento de tributos mais elevados sobre produtos que eram incentivados pela Lei do Bem (benefício fiscal direcionado a produtos de tecnologia e informática). A Via Varejo espera que a ação judicial seja julgada em agosto.
Os estoques da empresa estão um pouco acima dos níveis normais, mas a tendência, de acordo com os executivos, é de retorno a níveis históricos. A empresa optou por fazer "compras de oportunidades" diante da posição de caixa acumulada ao final de junho.
Em relação à integração com a Cnova Brasil, o presidente da Via Varejo afirmou esperar para as próximas semanas a conclusão das análises da operação. "E assim que concluir esse trabalho, estamos prontos para realizar a combinação das duas companhias", disse o executivo. Estermann disse esperar ter a Cnova e a Via Varejo integradas durante o terceiro trimestre.
Às 13:40, as units da Via Varejo recuavam cerca de 5 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 0,4 por cento.