Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da manhã desta quarta-feira na B3, as ações da Via Varejo (SA:VVAR3) operam com ganhos, indo em sentido oposto do mercado local, com Ibovespa hoje operando com perdas. De acordo com a Reuters, a varejista de eletroeletrônicos está pedindo a suspensão de aluguéis de mais de 1.020 lojas físicas fechadas por conta de medidas de quarentena em todo país, como uma forma de lidar com a queda de 50% de sua receita.
Assim, por volta das 11h10, os papéis somavam 1,64% a R$ 6,20, enquanto o Ibovespa registrava baixa de 1,86% a 78.460 pontos.
Uma das pessoas disse que a empresa já conseguiu acordo com alguns proprietários e está esperando fechar um acordo em grupo com outros lojistas para não pagar aluguéis de suas lojas em shopping centers.
A Via Varejo reduziria as despesas em cerca de R$ 80 milhões se todos os proprietários aceitarem o pedido de suspensão de aluguéis, o que ajudaria a companhia a enfrentar a queda de receita, segundo as fontes, que pediram anonimato para revelar discussões privadas.
O acionista Michael Klein, que é dono de dezenas de lojas alugadas pela Via Varejo, também recebeu o mesmo pedido e está sendo tratado como todos os outros proprietários, afirmaram as fontes.
Embora a queda de 50% seja relevante, a Via Varejo conseguiu melhorar sua receita desde o início da quarentena há algumas semanas, quando a queda chegou a 70%.
Na segunda semana de quarentena, a Via Varejo lançou um software novo para seus vendedores, que já estava em desenvolvimento antes da pandemia, que facilita a vendedores das lojas físicas fazer vendas online, contatando os consumidores por mídias sociais e ajudando as pessoas durante o processo de compra.
Se a Via Varejo conseguir a adesão de proprietários, a posição de caixa de 4 bilhões de reais em dezembro deve durar mais meses do que o inicialmente previsto.
O grupo também espera detalhes do programa de socorro a varejistas, afirmou uma das fontes.
Fornecedores
Além de tentar não pagar o aluguel das lojas fechadas, a Via Varejo também postergou o pagamento de fornecedores indiretos, segundo um comunicado visto pela Reuters. Na nota, a empresa atribuiu a decisão a disrupções no trabalho dos funcionários durante a pandemia.
“Estamos prorrogando toda nossa programação de obrigações por até um mês e prazo mínimo de 75 dias após a emissão da nota”, diz o comunicado. Os vencimentos entre 3 e 30 de abril foram transferidos para 5 de maio. Uma fonte próxima à empresa diz que a Via Varejo decidiu unificar várias datas mensais de pagamentos a fornecedores em uma só.
Transportadoras estão sendo poupadas do atraso, já que são essenciais para conseguir entregar compras online aos consumidores.
Fornecedores diretos, como fabricantes de linha branca e eletroeletrônicos, estão recebendo em dia, mas a companhia não está aumentando estoques e só repõe produtos que acabam, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto.
- Com contribuição de Reuters