SÃO PAULO (Reuters) - A rede de lojas de móveis e eletroeletrônicos Via Varejo vê com otimismo o cenário de vendas após a Copa do Mundo, que catapultou vendas de televisores no segundo trimestre, afirmaram executivos da companhia nesta quarta-feira.
A empresa controlada pelo Grupo Pão de Açúcar espera manter o nível de margem bruta no segundo semestre, após 31,1 por cento de janeiro a junho, disse o diretor-presidente da Via Varejo, Líbano Barroso, em teleconferência com analistas.
A dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio divulgou no final da terça-feira alta de 26,5 por cento no lucro líquido ajustado do segundo trimestre ate mesmo período de 2013, apoiado em parte pelo calendário mais favorável.
O executivo afirmou ainda que a Via Varejo "vê vendas pós-Copa claramente superiores às do mesmo período do ano passado. É uma tendência de poucos dias, mas nos deixa animados e confiantes", disse Barroso.
Corroborando com a confiança de Barroso, o vice-presidente financeiro da companhia, Vítor Fagá, afirmou na teleconferência que a inadimplência dos consumidores no segundo trimestre e no início do terceiro está dentro do esperado para os períodos.
"Não vemos deterioração de carteiras (de financiamento) recentes que não esteja relacionada à sazonalidade", disse Fagá. Mas ele fez uma ressalva, diante das incertezas da economia: "Tem que prestar atenção ao cenário macro, para mudar estratégia caso seja necessário", disse ele.
Às 13h30, as units da Via Varejo mostravam queda de 1,6 por cento, a 24,90 reais, enquanto o Ibovespa tinha recuo de 1,11 por cento.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as vendas no varejo brasileiro subiram 0,5 por cento em maio sobre abril, interrompendo três meses de queda.
Sem ver motivos para uma mudança nos planos, a companhia manteve a meta de abrir 70 lojas no Brasil este ano. No primeiro semestre, a Via Varejo abriu 14 lojas da bandeira Casas Bahia.
Ao mesmo tempo, a companhia fechou 32 lojas no segundo trimestre, dentro de acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e mais 3 em virtude performance fraca.
"Estamos confortáveis com a abertura de 70 lojas este ano. As aberturas têm concentração maior no último trimestre do ano", afirmou Fagá.
Entre os novos projetos da empresa, o Fagá afirmou que a empresa espera manter a cobrança de frete de mercadorias a clientes ao longo do ano e que a empresa está testando a viabilidade de cobrança de taxa para montagem de móveis. O executivo não deu mais detalhes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)