Por Edward Taylor
FRANKFURT (Reuters) - A Volkswagen vê a demanda por veículos voltando a subir na China, mas alertou que os negócios não se recuperarão tão rapidamente em outras partes do mundo.
As vendas de carros na China estavam acima dos níveis do ano anterior na última semana de abril, disse nesta quarta-feira o executivo Juergen Stackmann, responsável pelas vendas e marketing de carros da marca Volkswagen.
"É claro que a China passará por uma (recuperação em) forma de V", disse ele, mas acrescentando que "não estamos contando com uma recuperação em forma de V para a Europa".
Em abril, as vendas na Alemanha caíram 60% sobre um ano antes, com o resto da Europa mostrando recuo de 85%, à medida que alguns mercados importantes, como Itália e Espanha, pararam, disse Stackmann. As vendas na América do Norte caíram 50% e na América do Sul houve baixa de 81%, acrescentou.
Entre os grupos de compradores mais ativos da China estão as pessoas que ainda não possuem um carro, disse Stackmann.
"Pode haver uma tendência à mobilidade individual, já que as pessoas querem evitar o transporte público hoje em dia", disse ele, observando que a sedã de baixo custo da VW, o Jetta, ganhou participação de mercado após o relaxamento das regras de isolamento do coronavírus.
"O Jetta no primeiro mês de reabertura foi muito, muito forte", disse Stackmann, acrescentando que, diferentemente da Europa, a China ainda tem muitos consumidores comprando carros pela primeira vez.
O executivo da Volkswagen na China, Stephan Woellenstein, em uma publicação no LinkedIn nesta quarta-feira, disse que novos consumidores representam agora 60% dos clientes da companhia na China.
Consumidores ricos também retornaram ao mercado, levando as marcas de luxo Bentley, Audi e Porsche da Volkswagen a registrarem crescimento no primeiro trimestre na China, em relação ao ano anterior, apesar das paralisações, disse Woellenstein.
"Se a tendência atual continuar, nós do Grupo Volkswagen da China podemos ser cautelosamente otimistas e prever um resultado anual que não esteja muito longe do nosso plano original", acrescentou, referindo-se às metas estabelecidas antes da pandemia atingir a demanda.
Fora da China, fábricas e concessionárias estão reabrindo gradualmente, resultando em uma recuperação desigual na demanda, disse Stackmann.
"Veremos uma Europa em duas velocidades diferentes. O sul da Europa foi muito afetado. Itália, Espanha e, em certa medida, a França. Esperamos que a recuperação demore muito mais...", disse ele.
Os países do norte da Europa, incluindo Noruega, Suécia, Dinamarca e Alemanha, tiveram um desempenho melhor. Na Alemanha, as vendas para clientes frotistas permaneceram quase em níveis normais em abril, em comparação com o ano anterior, afirmou.