Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - As ações da Walt Disney (NYSE:DIS) (BVMF:DISB34) recuavam mais de 8% antes da abertura desta quarta-feira em Nova York, depois que a empresa divulgou resultados abaixo das expectativas para o seu 4º tri fiscal.
A Disney apurou um LPA de US$ 0,30 por ação sobre uma receita de US$ 20,15 bilhões, abaixo da estimativa dos analistas de US$ 0,59 sobre um faturamento de US$ 21,38 bilhões. A receita teve um crescimento de 8,7%, graças a um aumento de 36% ano a ano no faturamento dos parques.
A unidade de mídia e entretenimento registrou uma queda de receita de quase 3%, para US$ 12,73 bilhões, bem abaixo do consenso de US$ 13,81 bilhões.
“A Disney teve um ano forte em 2022, com resultados recordes em nosso segmento de parques, experiências e produtos, além de um fantástico crescimento no número de assinantes dos nossos serviços diretos ao consumidor (DTC), com a adição de quase 57 milhões de assinantes neste ano, para um total de mais de 235 milhões”, declarou Bob Chapek, CEO da Walt Disney.
A gigante do entretenimento testemunhou um “forte crescimento das assinaturas”, ao conseguir adicionar 14,6 milhões de clientes, incluindo 12,1 milhões assinantes do Disney+. O número total de assinantes do Disney+ ficou em 164,2 milhões no fim do trimestre, uma alta de 39% ano a ano (a/a), acima da estimativa média dos analistas de 162,5 milhões.
A base de assinantes do ESPN+ aumentou 42% a/a, para 24,3 milhões, enquanto o número de assinantes do Hulu alcançou 47,2 milhões, uma alta de 7,8% a/a.
“Nossa expectativa é que os prejuízos operacionais de DTC tenham uma redução daqui para frente e que o Disney+ alcance a lucratividade no ano fiscal de 2024, desde que não tenhamos uma mudança muito significativa no clima econômico”, acrescentou Chapek.
A expectativa da Disney é que o prejuízo operacional do 1º tri fiscal melhore em mais de US$ 200 milhões em comparação com o trimestre anterior, enquanto o 2º tri fiscal deve registrar uma “melhora maior”.
Analistas do Barclays (LON:BARC) cortaram o preço-alvo da ação para US$ 98, contra US$ 105 anteriormente, de modo a refletir as estimativas mais fracas. Os analistas também reiteraram a classificação de Equal Weight (na média), na medida em que veem um risco maior de queda nas ações da Disney em meio à baixa visibilidade.
“A receita e a projeção de lucro operacional para o próximo ano implicam que a lucratividade na maioria dos segmentos da Disney pode piorar mais do que o esperado, chegando a níveis significativos em alguns casos. A projeção para o streaming também deve ser difícil de alcançar sem concessões”, escreveram em nota.
Analistas do Guggenheim também rebaixaram o preço-alvo de US$ 145 para 115.
“Rebaixamos nossas estimativas principalmente para refletir os prejuízos maiores em DTC e o crescimento em parques menor do que o previsto. Mantemos nossa recomendação de compra”, escreveram aos clientes.