Bruxelas, 15 nov (EFE).- A economia da zona do euro entrou em recessão técnica no terceiro trimestre do ano, ao encolher 0,1% entre julho e setembro, após já ter registrado uma queda de 0,2% no período imediatamente anterior.
Os dados antecipados do PIB da zona do euro divulgados hoje pelo escritório estatístico comunitário Eurostat mostram o pior dos cenários econômicos para qualquer economia e confirmam que a recuperação ocorrerá mais tarde que o esperado.
Segundo as previsões de outono divulgadas recentemente pela Comissão Europeia, a economia da zona do euro ficará praticamente em ponto morto durante 2013 e terá que esperar até 2014 para ver uma melhora.
Já a União Europeia (UE) como eu todo evitou entrar em recessão, ao crescer 0,1% no terceiro trimestre após ter recuado 0,2% entre abril e junho e ter se estagnado entre janeiro e março.
Em termos anualizados, o PIB da zona do euro caiu 0,6% entre julho e setembro, e o de todo o bloco o fez em 0,4%. A economia espanhola sofreu uma queda de 0,3% no terceiro trimestre, um décimo a menos que no segundo.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje este dado e atribuiu a leve melhora sobretudo à moderação da queda do consumo privado, já que muitos consumidores anteciparam compras pela prevista alta do IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o PIB espanhol sofreu uma redução de 1,6%.
No terceiro trimestre do ano estavam em recessão pelo menos sete países da UE - não há dados disponíveis ainda para todos -, entre eles algumas das maiores economias do euro, como Itália (com uma queda de 0,2% contra 0,7% do período anterior) e Espanha.
Dos países que receberam resgate, Grécia e Portugal ainda estão em recessão, enquanto a Irlanda saiu tecnicamente desse estado no segundo trimestre, quando teve crescimento nulo. No entanto, o Eurostat ainda não dispõe dos dados no fechamento do terceiro trimestre, por isso não é possível prever uma tendência.
O Chipre, que também pediu um resgate completo à zona do euro e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), está há quatro trimestres em negativo, registrando no terceiro deste ano uma queda de 0,5% de seu PIB, menor que a contração de 0,9% entre abril e junho.
A nota positiva vem do Reino Unido, que saiu da recessão no terceiro trimestre, segundo os cálculos antecipados do Eurostat. O PIB britânico cresceu 1% entre julho e setembro, contra a queda de 0,4% no segundo trimestre e de 0,3% no primeiro.
Também surpreende o dado da Holanda, que, após registrar um crescimento de 0,1% nos dois primeiros trimestres, caiu 1,1% entre julho e setembro. A Áustria foi outro país da região a sofrer um retrocesso no período de referência - de 0,1%, frente a alta de 0,1% do segundo trimestre.
Outro dado negativo é o fato de que a economia da "locomotiva" alemã tenha se desacelerado efetivamente. O PIB alemão teve um crescimento de 0,2% entre julho e setembro, um décimo a menos que no trimestre anterior, um dado que foi confirmado hoje pelo Escritório Federal de Estatística (Destatis).
A outra grande economia do euro, a França, avançou ao mesmo ritmo que a alemã, ao crescer 0,2%, mas o dado é positivo porque no segundo trimestre seu PIB tinha caído 0,1%. EFE