BERLIM (Reuters) - O Escritório de Segurança da Informação da Alemanha (BSI) emitiu alertas a várias empresas alemãs apontadas pelos Estados Unidos como possíveis vítimas de ataques de hackers, informou um jornal, acrescentando que a atividade chinesa contra empresas alemãs aumentou.
Os especialistas em ciberguerra há muito alertam que a Alemanha -com seu alto nível de conhecimento tecnológico- é um alvo particularmente atraente para ataques cibernéticos de todos os tipos, incluindo de atores estatais.
"Pesquisas em materiais e construção, empresas de engenharia e algumas grandes empresas comerciais são o foco dos hackers", escreveu o jornal alemão Süddeutsche Zeitung nesta quarta-feira, sem identificar suas fontes.
Os EUA estão envolvidos em um conflito comercial com a China e uma importante autoridade de inteligência norte-americana disse na semana passada que a atividade cibernética chinesa nos Estados Unidos cresceu nos últimos meses, mirando infraestrutura crítica.
Os promotores dos EUA devem acusar os hackers chineses de estarem envolvidos em uma operação de espionagem cibernética conhecida como "Cloudhopper", que tem como alvo provedores de serviços de tecnologia e seus clientes, segundo pessoas a par do assunto.
O Cloudhopper se concentra em invadir empresas de armazenamento de dados de grande porte e de serviços de software em nuvem que armazenam dados para empresas e agências governamentais dos EUA.
O Süddeutsche informou que os ataques do Cloudhopper ainda são relativamente raros na Alemanha, comparados aos ataques que se acredita terem origem na Rússia.
Em setembro, o então chefe de espionagem da Alemanha disse que China, Rússia e outros países continuaram tentando invadir os computadores das empresas alemãs para roubar informações industriais.
Em um esforço para se defender de aquisições indesejadas por parte de investidores chineses, o gabinete da Alemanha deve reduziu nesta quarta-feira as exigências para se abrir investigações de segurança em compras de participações de entidades não-europeias para proteger a infraestrutura crítica do país.
(Por Michelle Martin)