Por Scott Murdoch e Jennifer Hughes
HONG KONG (Reuters) - A gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba lançou nesta quarta-feira a venda de ações para sua listagem de Hong Kong, em meio a distúrbios na região, enquanto tentar captar até 13,4 bilhões de dólares para financiar seus planos de expansão.
As ações devem começar a ser negociadas em 26 de novembro em Hong Kong, de acordo com um documento visto pela Reuters.
Os livros para investidores institucionais que desejam comprar as ações foram abertos durante o pregão de Nova York nesta quarta-feira.
Um prospecto preliminar do que parece ser a maior listagem internacional do mundo mostra que o Alibaba planeja usar o dinheiro para investir na plataforma de serviços locais e de entrega Ele.me, bem como no grupo de viagens Fliggy.
A empresa também gastará mais no desenvolvimento do Youku, que a Alibaba diz ser uma das principais plataformas de vídeo online da China.
Os planos ocorrem no contexto da desaceleração do setor de comércio eletrônico na China, com a promoção anual do dia do solteiros do Alibaba registrando seu menor crescimento de vendas desde a sua estreia em 2009.
A venda de ações, que deve ser a maior de Hong Kong em mais de nove anos, é um impulso para a cidade.
Hong Kong entrou em sua primeira recessão em uma década, com mais de cinco meses de protestos nas ruas, nos quais mais de 2.300 pessoas foram presas até mês passado, e as preocupações com a guerra comercial entre EUA e China cobraram seu preço.
O progresso dos protestos está sendo monitorado pelo Alibaba e é visto como um risco para o acordo, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto.
A empresa disse que sua receita foi de 410,8 bilhões de iuanes (58,7 bilhões de dólares) no ano até 30 de junho, e o total de ativos totalizou 1,01 trilhão de iuanes.
Espera-se que as ações de Hong Kong sejam oferecidas com um desconto de até 5% do equivalente nos EUA.
O Alibaba detém o recorde mundial de oferta inicial (IPO) com sua listagem de 25 bilhões de dólares em Nova York em 2014, mas em breve poderá perder a coroa para a saudita Aramco.
A petrolífera pode captar de 20 bilhões a 40 bilhões de dólares em uma oferta inicial que deve ser precificada nas próximas semanas.