Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - O Confide, popular aplicativo de mensagens criptografadas que seria usado pela Casa Branca, não mantém as comunicações confidenciais como promete o fabricante, segundo afirmou uma ação judicial coletiva.
Segundo uma queixa apresentada nesta quinta-feira no tribunal federal de Manhattan, a Confide não pode garantir aos usuários "confidencialidade inequívoca" que anuncia porque as mensagens podem ser salvas em 'print screen' e não se autodestroem depois de lidas.
Jeremy Auman, morador de Michigan, disse que comprou uma assinatura do serviço em janeiro, porque a empresa prometeu "efemeridade de mensagem e proteção de tela", apenas para descobrir que suas mensagens poderiam ser copiadas e armazenadas permanentemente.
"Estamos lidando com um ambiente onde as pessoas estão muito preocupadas com a segurança e a confidencialidade de suas comunicações", disse seu advogado, Christopher Dore, em uma entrevista. "O que as pessoas estão pagando não é o que eles estão recebendo."
Jon Brod, presidente e co-fundador da Confide, chamou as acusações de "infundadas e sem mérito. Estamos ansiosos para responder a esta queixa frívola e ver esse caso rapidamente ser rejeitado pelo tribunal".
Fundada em 2013, a Confide tem sede em Manhattan, e seu aplicativo compete com rivais como Signal, Telegram e WhatsApp.
Uma série de ataques cibernéticos e vazamentos, incluindo de Edward Snowden e WikiLeaks, aumentaram a importância de proteger as comunicações sensíveis.
De acordo com o processo, questões de segurança também se tornaram uma preocupação na Casa Branca.
Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, exigiu que alguns assessores entreguem seus telefones para inspeção e os advertiu contra o uso de aplicativos como Confide e Signal, informou o periódico Politico em fevereiro.
O site da Confide diz que seu aplicativo permite que os clientes tenham "conversas honestas, não filtradas e off-the-record" que "desaparecem sem rastro" uma vez concluídas.
Ele sugere que o aplicativo é útil para questões sensíveis, incluindo referências de emprego, questões de recursos humanos e discussões de negócios.