Por Stephen Nellis e Munsif Vengattil e Adam Jourdan
SÃO FRANCISCO/BANGALORE/XANGAI (Reuters) - A Apple (NASDAQ:AAPL) cortou previsão trimestral de vendas na noite da véspera e o presidente-executivo da companhia, Tim Cook, afirmou que a nova estimativa deve-se a uma desaceleração de vendas do iPhone na China, cuja a economia tem sido afetada por incerteza em torno das relações comerciais entre Pequim e Washington.
A Apple reduziu a previsão de receita para 84 bilhões de dólares para o trimestre fiscal encerrado em 29 de dezembro, nível abaixo da estimativa de analistas de 91,5 bilhões, segundo dados da Ibes, da Refinitiv. A previsão inicial da companhia era de receita entre 89 bilhões e 93 bilhões de dólares para o período.
Esta foi a primeira vez que a Apple emitiu um alerta sobre sua previsão de receita antes de divulgar os resultados trimestrais desde o lançamento do iPhone em 2007.
A notícia fez as ações Apple recuarem e pressionava papéis de fornecedores da empresa na Ásia e provocava vendas generalizadas nos mercados globais.
A queda de receita no trimestre encerrado ressalta como a desaceleração econômica na China tem sido mais acentuada do que muitos esperavam, desestabilizando empresas e líderes em Pequim, além de forçar alguns participantes a reajustar seus planos no mercado.
"Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na China", disse Cook, em mensagem a investidores.
A Apple encontra-se em uma posição difícil na China, que é um mercado importante para as vendas e onde a companhia produz a maior parte dos produtos que vende no mundo, após a prisão da vice-presidente financeira da Huawei Technologies no Canadá.
Desde a prisão da executiva a pedido dos Estados Unidos no mês passado, houve relatos esporádicos de que consumidores chineses estavam evitando consumir produtos da Apple. Mesmo antes disso, concorrentes locais, como a própria Huawei, vinham ganhando mais espaço no mercado em relação à Apple.