BERLIM (Reuters) - A indústria de telecomunicações saudou um acordo internacional alcançado nesta sexta-feira para alocação de espectro de alta capacidade para redes de telefonia 5G, afirmando que o pacto abre caminho para o lançamento de aplicações em campos que vão da manufatura a cuidados com saúde.
Uma cúpula de um mês da União Internacional de Telecomunicações (UIT) conseguiu redigir um tratado que vai harmonizar a alocação das chamadas frequências de onda milimétrica nas faixas de 26 Gigahertz (GHz), 40 GHz e 66 GHz.
A associação GSMA, que representa 750 operadoras de telefonia móvel e outras 350 empresas no setor de telecomunicações, elogiou o compromisso alcançado, afirmando que o acordo vai apoiar o crescimento da tecnologia 5G sem interferência com serviços críticos que também dependem de comunicação por satélite.
"Chegamos a um consenso sobre os parâmetros técnicos que vão permitir serviços 5G robustos e também proteger totalmente serviços passivos nas bandas adjacentes, como previsão do tempo", disse Brett Tarnutzer, diretor de espectro da GSMA.
O espectro de alta frequência oferece velocidades maiores de transmissão de dados, capazes de permitir a existência de aplicações como realidade aumentada e virtual, controle remoto de robôs industriais e carros autônomos.
A GSMA tinha confrontado autoridades de defesa, aeroespaciais e de clima dos Estados Unidos durante a Conferência Mundial de Radiocomunicações, no Egito, em outubro, que alertaram que o 5G poderia interferir com sensores usados em previsão do clima.
Para a indústria de telefonia móvel, um acordo com os 190 membros da UIT, um fórum das Nações Unidas, é vital para assegurar que os mercados não se fragmentem. Disputas comerciais e de tecnologia entre EUA e China já estavam fazendo os mercados de telecomunicações divergirem entre si.
A maior parte do mundo, incluindo Ásia e Europa, baseou a primeira geração dos serviços 5G no espectro de média frequência, na faixa de 3GHz, que fornece um alcance maior que o espectro de alta frequência, mas menores velocidades de transmissão de dados.
Os EUA, enquanto isso, estão lançando o 5G com uma combinação de baixas e altas frequências uma vez que o médio espectro já está sendo utilizado pelos militares do país. A agência norte-americana de comunicações, FCC, propôs leilão de parte do espectro intermediário no próximo ano para resolver a escassez.
(Por Douglas Busvine)