ANCARA (Reuters) - As autoridades turcas estão investigando cerca de 10 mil pessoas suspeitas de usarem mídias sociais para apoiar o terrorismo, afirmou neste sábado o Ministério do Interior, em uma ampla ofensiva que alarmou grupos de direitos humanos e aliados ocidentais.
A Turquia, que enfrenta ameaças à segurança por parte de militantes curdos e do Estado Islâmico, demitiu ou suspendeu mais de 100 mil pessoas após uma tentativa de golpe militar em julho. O governo defende que as medidas foram necessárias para erradicar os partidários do golpe e outros terroristas.
Mas grupos de direitos humanos e alguns países europeus têm dito que o presidente Tayyip Erdogan está usando o atual estado de emergência para anular a dissidência. Desde o golpe, mais de 150 veículos de comunicação foram fechados e 140 jornalistas presos.
O Ministério do Interior afirmou neste sábado que a luta contra o terrorismo está sendo realizada "com determinação" nas mídias sociais.
Nos últimos seis meses, autoridades detiveram 3.710 pessoas para interrogatório, segundo o ministério. Destas, 1.656 foram formalmente presas e 84 ainda estão sendo questionadas.
As 1.970 restantes foram libertadas, embora 1.203 ainda estejam sob monitoramento, acrescentou.
O acesso a redes sociais como Twitter e Facebook é comumente bloqueado, especialmente depois de bombas e outros ataques mortais, disseram grupos de monitoramento da internet. A Turquia nega que faça bloqueio à internet e já ligou as interrupções a picos de uso uso após grandes eventos.
(Por Mert Ozkan e Tuvan Gumrukcu)