LONDRES (Reuters) - Um comitê parlamentar britânico escreveu para Mark Zuckerberg, do Facebook, pedindo informações sobre quaisquer atividades pagas por contas do Facebook ligadas a russos sobre o referendo para saída da União Europeia em 2016 e a eleição britânica de 2017.
O pedido foi feito por Damian Collins, chefe do Comitê Digital, de Mídia e Esportes do Parlamento, como parte de esforços para juntar evidências para um inquérito que está conduzindo sobre notícias falsas.
"Parte deste inquérito irá focar no uso de atores estrangeiros abusando de plataformas como a sua para interferir no discurso político de outras nações", escreveu Collins em uma carta a Zuckerberg e enviada para a imprensa pelo comitê.
Ele pediu para o Facebook fornecer exemplos de todas as publicidades compradas por contas ligadas a russos, de todas as páginas criadas por contas ligadas a russo, informações sobre os alvos de tais publicidades e páginas e quantas vezes elas foram visualizadas.
"Eu acredito que a informação que eu pedi está em linha com o que já foi fornecido para o Facebook para diversos comitês do Senado dos Estados Unidos, incluindo o Comitê de Inteligência do Senado, em relação à eleição presidencial dos EUA de 2016", escreveu Collins.
O comitê de parlamentares britânicos iniciou seu inquérito sobre notícias falsas em janeiro, mas o inquérito foi suspenso quando uma eleição geral foi convocada para junho. A data final para envio de evidências é 7 de novembro.
O inquérito busca colocar luz sobre questões tais como o impacto de notícias falsas na compreensão pública do mundo e resposta ao jornalismo tradicional, as responsabilidades das plataformas de mídias sociais e como pessoas podem ser educadas para avaliar fontes de notícias.
A questão de se e o quanto a Rússia interferiu na eleição presidencial norte-americana de 2016 é uma grande questão em Washington, onde isto é alvo de diversas investigações.
O Facebook informou em 2 de outubro que cerca de 10 milhões de pessoas nos Estados Unidos visualizaram em sua rede publicidades politicamente divisivas que foram compradas na Rússia nos meses anteriores e posteriores à eleição presidencial.
No Reino Unido, o interesse sobre se a Rússia também desempenhou papel nos processos políticos internos como o referendo de junho de 2016 para saída da União Europeia e a eleição geral de junho de 2016 tem crescido nas semanas recentes.
Na semana passada, outro membro do Parlamento, Ben Bradshaw, exigiu que o governo chegasse ao fundo de relatos de fontes de financiamentos obscuras para alguns elementos da campanha pró-Brexit, citando "ampla preocupação sobre interferência estrangeira, particularmente russa".
A Rússia negou interferência em questões internas de outros países.
(Reportagem de Estelle Shirbon)