Por Sam Nussey
TÓQUIO (Reuters) - O presidente-executivo do SoftBank, Masayoshi Son, nesta quarta-feira afastou a ideia de cortar a participação de 150 bilhões de dólares na gigante do comércio eletrônico Alibaba, depois que o investidor ativista Elliott Management pediu que a empresa faça grandes recompras de ações.
O surgimento da Elliott, como acionista do SoftBank, renovou o foco na participação de 26% da empresa no Alibaba, maior ativo da empresa japonesa e o investimento da área de tecnologia mais bem-sucedido de Son até hoje.
Elliott, um dos investidores ativistas mais conhecidos do mundo, acumulou uma participação de quase 3 bilhões de dólares no SoftBank. Agora, está pressionando por mudanças, incluindo 20 bilhões de dólares em recompras de ações, disseram fontes. Mas Son indicou que não tem pressa em vender as ações do Alibaba, levantando questões sobre como o SoftBank poderia financiar eventuais recompras.
"Acredito que o Alibaba tem muito espaço para crescer. Não tenho pressa em vender ações", disse ele nesta quarta-feira.
O SoftBank já está altamente alavancado e luta para atrair dinheiro para um segundo fundo de tecnologia. A relutância de Son em vender a participação no Alibaba deixa pouco espaço para recompras na escala que Elliott deseja, disseram analistas.
"Do ponto de vista dos acionistas, você deve vender e investir em coisas que vão gerar retornos", disse Kirk Boodry, analista da Redex Holdings.
Se o SoftBank acha que seus retornos não podem superar os do Alibaba, "parece estranho estar no negócio de capital de risco", disse ele.
O SoftBank pouco fez para dissipar preocupações de investidores sobre sua estratégia, ao relatar que o lucro foi praticamente anulado por um segundo trimestre consecutivo de prejuízo no Vision Fund, de 100 bilhões de dólares.
"Esses resultados validam nossas preocupações de que a maioria das outras coisas que o (SoftBank) faz além do Alibaba levou a distrações ou destruição de valor", escreveu o analista da Jefferies, Atul Goyal.
A participação na gigante do comércio eletrônico vale cerca de 150 bilhões de dólares - mais do que a capitalização de mercado do próprio SoftBank, que é de 110 bilhões de dólares.
((Tradução Redação São Paulo; 55 11 56447727))
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