COPENHAGUE (Reuters) - Enquanto emerge do isolamento financeiro, a Islândia tenta se destacar novamente e, dessa vez, no segmento de data centers - centrais de processamento de dados que consomem quantidades enormes de energia e armazenam informações de 3,2 bilhões de usuários da Internet.
A Islândia há muito tempo tem se associado a tendências de alta tecnologia como o vídeo game "Eve", o projeto genoma deCode e o uso de software pela cantora Bjork, assim como sua ligação com o site de compartilhamento de arquivos Pirate Bay e o Wikileaks.
Agora o país quer tirar proveito do negócio de armazenamento de dados que cresce rapidamente: a criação de dados tem acelerado, com 90 por cento dos dados armazenados tendo sido criados nos dois últimos anos, de acordo com o grupo de pesquisa Sintef. Os data centers consomem 2 por cento da energia elétrica mundial para manter os servidores resfriados.
Autoridades da Islândia estão em processo de suspender os controles de capitais impostos em 2008 após o colapso financeiro do país, quando seus três maiores bancos, com ativos com valor dez vezes superior ao Produto Interno Bruto, foram à falência.
A massiva capacidade de geração de energia do país, graças às fontes hidrológicas e geotérmicas, não pode ser exportadas devido ao afastamento da ilha, que produz cinco vezes mais eletricidade que sua população de 320 mil habitantes necessita, e toda essa produção é renovável.
A esperança é de que o clima frio e a energia confiável e barata possam atrair operadores de data centers, oferecendo a eles preços dramaticamente baixos e um recentemente aprovado incentivo fiscal. Apesar de ainda não ter atraído nenhuma grande companhia do Vale do Silício, pequenas operações de dados já chegaram ao país.
A Islândia tem cinco data centers, incluindo um em uma base desmantelada da Organização do Tratado do Atlântico Norte operado pela Verne Global, cujo principal cliente divulgado é a montadora BMW, e o governo está em campanha para atrair mais empresas.
(Por Alexandre Tange)