Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos deve revogar nesta quinta-feira as regras de neutralidade da rede defendidas pelo ex-presidente Barack Obama, que barram o bloqueio ou a desaceleração do tráfego na Internet.
As regras de 2015 impediram os provedores de banda larga de bloquear ou diminuir o acesso a conteúdo ou cobrar mais de consumidores por conteúdos determinados. O objetivo era garantir uma Internet gratuita e aberta e evitar que os provedores de serviços de banda larga favoreçam seu próprio conteúdo, garantindo a todos os consumidores acesso igual ao conteúdo da Internet. O presidente da comissão, Ajit Pai, propõe permitir a adoção dessas práticas desde que sejam divulgadas.
A proposta de Pai marca uma vitória para os grandes provedores de serviços de Internet, como a AT&T, a Comcast e a Verizon Communications, que se opuseram às regras definidas em 2015, e concede a eles amplos poderes para decidir quais conteúdos os consumidores de web podem acessar. A proposta é uma revés para o Google, da Alphabet, e o Facebook, que pediram para Pai não revogar a regulamentação.
Michael Powell, ex-presidente da FCC, que lidera um grupo de comércio que representa grandes empresas de cabo e transmissoras, disse a jornalistas que os provedores de Internet não vão bloquear o conteúdo porque não faz sentido econômico e os consumidores não apoiariam.
"Eles ganham muito dinheiro em uma Internet aberta", disse Powell, acrescentando que é "muito mais lucrativo" do que um sistema fechado.
(Por David Shepardson)