NOVA YORK (Reuters) - A cooperação da Apple com um monitor judicial indicado para acompanhar a empresa "caiu drasticamente" num momento em que ele avalia as políticas da gigante da tecnologia sobre leis de defesa da concorrência, escreveu o monitor em relatório.
Michael Bromwich, que se tornou monitor da Apple depois que a empresa foi considerada responsável por conspirar para aumento de preços de livros digitais, afirmou em relatório divulgado nesta quinta-feira que a Apple tem mostrado objeção em fornecer informações, tentando limitar suas funções de maneira não apropriada.
Bromwich, cujo relacionamento com a Apple tem sido tenso desde o início, tinha indicado em um relatório de outubro que as relações com a empresa tinham melhorado.
Entretanto, ele afirmou em seu último informe que a companhia recentemente assumiu um "tom mais opositor" nas conversas com ele.
"Não tivemos nenhuma entrevista desde janeiro e a Apple tem rejeitado nossos pedidos para entrevistas", disse Bromwich.
Apesar das dificuldades, ele afirmou que conversou com todo o conselho de administração e executivos da Apple e que a companhia fez progresso no desenvolvimento de um programa de cumprimento de regras "amplo e efetivo".
Representantes da Apple não comentaram o assunto de imediato.
Bromwich, um ex-inspetor do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, foi indicado pela juíza distrital Denise Cote, em Manhattan, em outubro de 2013, depois que ela considerou a Apple como responsável em um processo civil aberto pelo Departamento de Justiça do país.
Cote afirmou que a Apple teve um "papel central" em um esquema promovido entre o final de 2009 e início de 2010 em que cinco editoras elevaram preços de livros eletrônicos e impediram competidores como a Amazon.com.
A Apple tem afirmado que Bromwich tem sido excessivamente agressivo ao tentar conseguir as entrevistas com executivos e se engajando em discussões privadas com o Departamento de Justiça.
(Por Nate Raymond)