Por Alastair Macdonald
BRUXELAS (Reuters) - As emissoras públicas na Europa estão lutando contra cortes de financiamento promovidos por políticos populistas, rivais privada e pela pressão de governos que tentam usá-las para propaganda, disse o presidente da associação nesta sexta-feira.
A União Europeia de Emissoras (EBU, na sigla em inglês), que representa 73 membros em 56 países, está exigindo que governos da Polônia, Hungria, Turquia e outros países respeitem a independência da mídia pública.
O diretor geral da EBU, Noel Curran, disse à Reuters que as sanções contra os membros - incluindo a suspensão da organização - não poderiam ser descartadas, embora tenha enfatizado que o problema não vinha dos jornalistas, mas dos governos.
A filiação à EBU envolve aceitar valores centrais que incluem ser independente da influência política e oferecer uma pluralidade de pontos de vista - valores que a organização diz estar sob ameaça em alguns países membros.
"Estamos absolutamente preocupados com o que está acontecendo na Polônia, na Hungria, na Turquia", disse Curran, que assumiu o cargo da EBU no ano passado depois de administrar a emissora pública irlandesa RTE.
"Estamos tentando adotar uma abordagem realmente pró-ativa e não temos vergonha de criticar os governos", disse ele, fazendo referência à pressão sobre a mídia pública, incluindo a prisão de jornalistas até o desencorajamento de opiniões da oposição.
"Adotar sanção com qualquer membro se as razões apropriadas são uma opção. Mas precisamos ter cuidado para não começarmos a associar todos que trabalham nessas organizações com uma linha e uma política do governo."
(Por Alastair Macdonald)