Por Jack Stubbs
BARCELONA (Reuters) - Fatos e não temores devem decidir o futuro da segurança das redes de telecomunicações na Europa, afirmaram líderes da indústria e autoridades de governo nesta semana, deixando de lado os pedidos dos EUA de banir os fornecedores chineses.
A Europa tornou-se o principal campo de batalha em uma campanha dos EUA para livrar redes ocidentais de equipamentos de telecomunicações chinesa, com Washington acusando a Huawei de espionar para Pequim, alegações que a empresa tem repetidamente negado.
As operadoras móveis alertam que uma proibição geral pode atrasar a próxima geração de conexões 5G por anos e os comentários da segunda maior operadora de telefonia móvel do mundo, a Vodafone (LON:VOD) e da Comissão Europeia no Mobile World Congress em Barcelona sugerem uma resposta mais cautelosa.
"Você verá uma resposta confusa e essencialmente administrada, que provavelmente variará de país para país", disse o analista da Forrester, Frank Gillett. "No final, trata-se de conter e administrar o risco da Huawei, assim como de qualquer outro fornecedor, mas particularmente da Huawei."
As preocupações de segurança são particularmente urgentes por causa do início do 5G, com os operadores agora tomando decisões que irão governar o futuro das redes móveis programadas para trazer velocidades super rápidas para tudo, desde jogos de computador até cirurgias médicas.
O presidente da Huawei, Guo Ping, encontrou-se com parceiros de governo e da indústria em Barcelona para dar garantias em relação às acusações dos EUA, disseram pessoas com conhecimento do assunto.
"Deixe os especialistas decidirem se as redes são seguras ou não. A acusação de segurança dos EUA de nosso 5G não tem provas, nada", disse Guo ao congresso na terça-feira.
Seus comentários ecoaram os do chefe da Vodafone, Nick Read, que pediu na segunda-feira que os Estados Unidos compartilhem qualquer evidência que tenha sobre a Huawei, enquanto a Comissão Europeia alertou contra "decisões prematuras baseadas em análises parciais dos fatos".
As autoridades dos EUA, no entanto, insistiram que, nos bastidores de Barcelona, os governos europeus estavam ouvindo cada vez mais a mensagem de Washington sobre a Huawei
"Fomos muito bem sucedidos em convencer esses governos a trabalhar conosco para pensar sobre esses tipos de ameaças à sua infra-estrutura futura", disse Robert L. Strayer, embaixador do Departamento de Estado dos EUA para comunicações cibernéticas e internacionais, à repórteres.
(Por Jack Stubbs)