ESTOCOLMO (Reuters) - Uma grande descoberta acidental feita em um laboratório em Estocolmo há 15 anos pode render uma fortuna para os engenheiros que a fizeram, desde que possam conquistar alguns dos consumidores mais exigentes: os jogadores de video games.
Desde que John Elvesjo notou um sensor rastreando os movimentos de seus olhos em um experimento laboratorial, a tecnologia que ele desenvolveu em conjunto com Henrik Eskilsson e Marten Skogo tem ajudado pessoas com necessidades especiais a utilizar computador ao identificar onde estão olhando na tela.
O sistema utiliza luz infravermelha invisível para iluminar os olhos. Os sensores de câmera capturam o reflexo da retina e córnea para avaliar onde está o olho e para onde está olhando.
Se isso vai fazer sucesso na ferozmente competitiva indústria de games pode depender de um acordo fechado este ano entre a Tobii, empresa de Eskilsson, e a Ubisoft, fabricante do jogo de sucesso "Assassin's Creed: Rogue".
O objetivo é conseguir investidores interessados em atrair outras empresas de jogos que possam trazer novas receitas. Até agora há um punhado de outras conexões e Eskilsson disse que o rastreamento ocular terá que atingir pelo menos 30 a 50 jogos antes de ser considerado massivo.
O prêmio é enorme: as ambições de vendas da Tobii sugerem que o mercado total de sensores de rastreamento oculares para jogos podem superar 5 bilhões de dólares ao ano em receita, cerca de seis vezes o valor de mercado da empresa.
"O rastreamento ocular torna possível criar um dispositivo mais humano", disse Eskilsson na sede da Tobii em Estocolmo. Seu laptop entrou em modo de espera, depois de perceber que ele tinha desviado o olhar.
(Por Helena Soderpalm)