Por Katie Paul
SAN FRANCISCO (Reuters) - O Facebook disse nesta quinta-feira que não veiculará novos anúncios políticos na semana anterior às eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro, curvando-se à preocupação de que sua abordagem quanto à liberdade de expressão pudesse ser novamente explorada para interferir na votação.
A maior rede social do mundo também disse que está criando um rótulo para publicações de candidatos ou campanhas que tentam reivindicar a vitória antes que os resultados eleitorais sejam oficiais, e está ampliando os critérios para que conteúdo que desencoraje os eleitores seja removido.
O presidente-executivo, Mark Zuckerberg, anunciou as mudanças em publicação no Facebook, afirmando que estava preocupado com os desafios que os eleitores enfrentariam devido à pandemia de coronavírus, que levou a um aumento na votação pelo correio.
"Também estou preocupado que, com nossa nação tão dividida e os resultados das eleições levando dias ou até semanas para serem finalizados, possa haver um risco maior de agitação civil em todo o país", disse ele.
Zuckerberg já havia defendido sua decisão de permitir um debate político livre no Facebook, inclusive por meio de anúncios pagos, que a empresa isenta de seu programa de verificação de fatos com parceiros externos, que incluem a Reuters.
O Facebook continuará a permitir a exibição de anúncios políticos que já estão no sistema, e permitirá que os valores das campanhas e a segmentação do usuário sejam alterados, mas bloqueará os ajustes no conteúdo ou design dos anúncios.
Zuckerberg afirmou que a empresa não planeja fazer mais mudanças em suas políticas em relação a questões eleitorais, além das mencionadas em sua publicação antes do anúncio oficial do resultado.