Por Paresh Dave
SAN FRANCISCO (Reuters) - O Google, da Alphabet, nos últimos meses começou a retirar vídeos extremistas do YouTube que não retratam violência ou pregam ódio, disse o YouTube na última segunda-feira, em uma grande mudança política em meio à pressão cada vez mais forte de governos sobre as redes sociais.
A nova política visa vídeos que apresentam pessoas e grupos que foram classificados como terroristas pelos governos dos Estados Unidos ou do Reino Unido, mas que não exibem violência ou discurso de ódio que já foram barrados pelo YouTube.
Um porta-voz do serviço de YouTube, que pediu para não ser identificado por razões de segurança, confirmou a nova política. A empresa não especificou quando a política entrou em vigor.
Como os termos do YouTube já proibindo "terroristas" de usarem o serviço, a nova política retira vídeos enviados por terceiros que militantes provavelmente tentariam distribuir se pudessem ter contas, de acordo com o porta-voz.
As centenas de vídeos do falecido recrutador da Al Qaeda Anwar al-Awlaki palestrando sobre a história do islamismo, gravados muito antes de ele defender a violência contra os EUA, estão entre aqueles removidos sob a nova política, disse o porta-voz.
Governos e grupos de direitos humanos pressionam o YouTube há anos para reprimir os vídeos extremistas. A secretária britânica do Interior, Amber Rudd, amplificou a pressão durante visitas a empresas de tecnologia no Vale do Silício em julho e em um discurso em Washington, DC, na semana passada.
A União Europeia e os legisladores norte-americanos este ano ameaçaram penalizar as empresas de tecnologia se a questão não for abordada.
A legislação pode se assemelhar a uma lei alemã aprovada em junho para multar empresas de redes social em 50 milhões de euros se as postagens de ódio não forem imediatamente removidas.
O YouTube disse que discussões com especialistas externos levaram à nova política, mas não ficou claro por que a empresa decidiu agir apenas recentemente. Em junho, a empresa anunciou que o "conteúdo inflamatório religioso ou supremacista" que não violasse suas políticas seria permitido com rótulos de advertência e uma restrição que os tornaria inelegíveis para receber anúncios.
(Por Paresh Dave, David Ingram e Mark Hosenball)