NOVA YORK (Reuters) - Um juiz federal nos Estados Unidos indeferiu um processo que desafia uma decisão do YouTube, do Google, de retirar a colocação de anúncios de clientes em vídeos que os telespectadores podem considerar violentos ou ofensivos.
O juiz do distrito de San Francisco, Edward Chen, decidiu nesta quarta-feira que o YouTube, que enfrentou pressão dos principais anunciantes, tinha discrição sob o contrato com operadores do canal Zombie Go Boom e outros provedores de conteúdo para restringir o posicionamento dos anúncios.
Os requerentes, cujo canal tem 1,78 milhão de inscritos, disseram em sua ação coletiva proposta que o Youtube fez as mudanças, o que alguns comentaristas apelidaram de "apocalipse de anúncios", em março do ano passado, sem aviso prévio ou permissão.
Eles disseram que isso fez com que a receita de anúncios caísse entre 90 e 95 por cento, até 20 dólares por dia, em conexão com vídeos com títulos como "Donald Trump mata zumbi parte 1" e "Um xbox pode matar um zumbi?" que chamaram de "cruzamento com shows populares de TV a cabo como 'Mythbusters' e 'The Walking Dead.'"
Mas o juiz considerou que o contrato deixava claro que o Youtube não era "obrigado a exibir anúncios" ao lado dos vídeos. Ele também afirmou que a Zombie Go Boom obteve algo fora do acordo: a capacidade de postar gratuitamente os vídeos, em troca de dar ao Youtube uma licença para seu conteúdo.
"A capacidade de publicar vídeos, mesmo sem receitas publicitárias, pode ser valiosa para os provedores de conteúdo com grande audiência", escreveu Chen.
Advogados da Zombie Go Boom não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. O Google igualmente não respondeu a um pedido semelhante.
(Por Jonathan Stempel)