LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha revelou planos para ampliar poderes de vigilância nesta quarta-feira, incluindo poder vasculhar sites que as pessoas visitam, que considerou vitais para manter o país seguro, mas que críticos apontam como agressão à privacidade.
O esboço do projeto de lei, enfraquecido após uma versão anterior apelidada de "alvará dos bisbilhoteiros" por críticos que o impediram de chegar ao parlamento. A ministra do interior Theresa Mayfoi disse que o projeto é algo inédito, por revelar detalhes do que espiões podem fazer e como seriam monitorados.
"Isto dará aos nossos agentes de segurança e inteligência e a nossas agências de cumprimento da lei... os poderes de que precisam para proteger nosso país," disse May.
May disse que muito do novo projeto apenas detalha poderes. Ele requer que provedores de serviços de comunicação retenham dados de clientes, inclusive o uso de internet por um ano. A polícia e espiões teriam acesso limitado a registros de conexão - que sites as pessoas visitaram, mas não as páginas em particular, nem o histórico completo do navegador, ela disse.
Ela também disse que não haverá proibições à encriptação numa concessão para grupos privados, e haverá um sistema de supervisão com dois níveis com um juiz podendo vetar mandados para interceptar dados pessoais de suspeitos, um movimento que pode ajudar a garantir que quaisquer novas leis não sejam derrubadas por tribunais europeus. Mas muitos estão céticos.
"A coisa realmente preocupante sobre estes novos é que... não importa se você é culpado ou inocente, o dado é mantido, e isso quebra um princípio fundamental sobre vigilância que você vigia quando tem alguma suspeita," disse Jim Killock, diretor executivo da Open Rights Group, à rádio BBC.
(Por Michael Holden e Kate Holton; reportagem adicional por Elizabeth Piper e Kylie MacLellan)