Por Joseph Menn
SÃO FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - Os responsáveis pelo ciberataque de 2014 à Sony Pictures Entertainment não foram ativistas ou empregados descontentes, e eles provavelmente atacaram também alvos na China, Índia, Japão e Taiwan, de acordo com uma coalizão de companhias de segurança que investigaram o caso por mais de um ano.
A coalizão, organizada pela companhia de análise de segurança Novetta, concluiu em um relatório divulgado nesta quarta-feira que os hackers tiveram apoio governamental, mas não endossou a visão oficial dos Estados Unidos de que a Coreia do Norte seria a culpada.
A administração Obama ligou o ataque ao estúdio de cinema da Sony ao lançamento do filme "A Entrevista", comédia que retratou o assassinato ficcional do líder norte-coreano, Kim Jong Un.
A Novetta disse que a ruptura "não foi obra de internos ou ativistas hackers."
"Isto corrobora muito com a teoria de que trata-se de um Estado-nação", disse o presidente-executivo da Novetta, Peter LaMontagne, à Reuters. "Este grupo é mais ativo, indo mais longe, e com capacidades e alcance maiores do que pensávamos."
A Novetta trabalhou com a maior fornecedora de software de segurança dos EUA, Symantec, a maior da Rússia Kaspersky Lab, e ao menos 10 outras entidades na investigação, uma rara colaboração envolvendo tantas companhias.
O grupo determinou que os hackers estão em ação desde pelo menos 2009, cinco antes da invasão aos sistemas da Sony. Os hackers conseguiram atingir muitos de seus objetivos apesar de terem habilidades modestas, afirmou a Novetta.
LaMontagne afirmou que o relatório é o primeiro a vincular o ataque à Sony a invasões de segurança a instalações sul-coreanas, incluindo uma usina de energia. A polícia federal dos EUA (FBI) e outras autoridades afirmaram anteriormente que os hackers que invadiram os sistemas da Sony reaproveitaram código que foi usado em ataques destrutivos contra alvos na Coreia do Sul em 2013.