Por Ross Kerber
BOSTON (Reuters) - Líderes de fundos de pensão do setor público pediram nesta terça-feira a separação dos cargos de presidente do conselho e presidente-executivo do Facebook, ambos ocupadas pelo cofundador Mark Zuckerberg, citando uma votação que mostrou um forte apoio para a ideia entre investidores externos na maior empresa de mídia social do mundo.
"A direção isolada do Facebook deve ser aberta porque a empresa não tem responsabilidade com seus usuários, seus investidores ou nossa democracia", disse Scott Stringer, autoridade financeira da cidade de Nova York, em comunicado enviado por email.
Em uma declaração separada, Michael Frerichs, tesoureiro do Estado de Illinois, disse que "os investidores independentes do Facebook concordam que é hora de separar as funções de presidente do conselho e presidente-executivo. No momento, Zuckerberg é os dois, servindo como seu próprio patrão e claramente não está funcionando".
Um representante do Facebook se recusou a comentar as observações, ou em comentários semelhantes feitos pelos tesoureiros de Connecticut, Rhode Island e Pensilvânia.
Stringer e Frerichs supervisionam fundos de pensão que possuem ações do Facebook e estão entre um grupo de investidores que entraram com uma resolução de acionistas pedindo que o Facebook tenha um comando independente no conselho de administração como forma de melhorar a supervisão.
O Facebook se opôs à ideia em sua reunião anual realizada na semana passada, dizendo que seu principal diretor independente já pode representar todos os interesses dos acionistas.
É improvável que a reforma passe, porque Zuckerberg e outros membros internos controlam 58% do poder de voto do Facebook por meio de uma classe especial de ações com 10 vezes o poder de voto das ações padrão.
Mas os resultados da votação divulgados na noite de segunda-feira mostraram que, excluindo as cerca de 4 bilhões de ações mantidas por Zuckerberg e outros membros internos, a medida que pede uma cadeira independente teria recebido apoio de 68% dos investidores externos.
Os números de segunda-feira também indicaram que a maioria dos investidores externos votou contra as recomendações do Facebook sobre outras questões, incluindo propostas para reformular as regras de votação da empresa e com que frequência devem votar sobre o pagamento de Zuckerberg e outros diretores.