ROMA (Reuters) - A Itália aprovou nesta quarta-feira um novo imposto sobre empresas digitais, incluindo gigantes dos Estados Unidos, como parte do projeto de orçamento para 2020, uma medida que pode atrair ameaças de retaliação de Washington.
A taxa, a ser introduzida a partir do próximo ano, obrigará empresas como Facebook, Google (NASDAQ:GOOGL) e Amazon (NASDAQ:AMZN) a pagar uma taxa de 3% sobre suas transações pela internet, de acordo com o texto do projeto de orçamento.
Washington disse repetidamente que o imposto visava injustamente as empresas norte-americanas. Uma autoridade sênior dos EUA disse que o presidente Donald Trump estava pronto para ameaçar retaliar quando se encontrar com o presidente italiano, Sergio Mattarella, em Washington nesta quarta-feira.
O imposto italiano deverá render cerca de 600 milhões de euros por ano, disseram fontes à Reuters na segunda-feira, enquanto Roma tenta encontrar receitas alternativas que permitirão evitar um aumento programado na tributação sobre consumo.
A Itália e outros membros da União Europeia reclamam há muito tempo sobre a forma como as gigantes da web obtêm grandes lucros em seus países, mas pagam apenas alguns milhões de euros em impostos a cada ano. Mas a UE até agora não concordou como um bloco sobre como tributar as empresas.
Por enquanto, as empresas podem registrar lucros em países com baixos impostos, como Irlanda e Luxemburgo, independente da origem da receita.
O plano da Itália está amplamente alinhado com as propostas da OCDE, que na semana passada incentivou governos a redefenir suas regras tributárias para taxarem as gigantes globais.
(Por Giuseppe Fonte)