LONDRES (Reuters) - O jornal britânico Independent desaparecerá das bancas no mês que vem, após seu proprietário transformar o título em versão unicamente online, um dos primeiros jornais nacionais do mundo a se curvar à pressão da Internet.
Lançado por um grupo de jornalistas em 1986 com o slogan "independente, o jornal é - e você?", o Indy construiu uma reputação de altos princípios ao perseguir frequentemente histórias radicalmente diferentes das dos rivais, com foco em notícias internacionais.
Em seu auge, nos anos 90, o jornal chegou a vender mais cópias que o Times, de Rupert Murdoch. Após um ápice de cerca de 400 mil cópias diárias, a circulação caiu para pouco mais de um décimo desse número hoje, apesar de inovações como a mudança para o formato tabloide ante o antigo, de folhas maiores.
"Está bem claro que a revolução digital está engolindo nossa indústria de jornais impressos e é apenas uma questão de tempo antes que devore tudo", disse à Reuters o ex-editor do Daily Mirror e comentarista de mídia Roy Greenslade.
O Independent foi adquirido pelo bilionário russo e ex-agente da KGB Alexander Lebedev por 1 libra em 2010. As pressões que cresceram desde então estão e são sentidas em redações ao redor do mundo todo.
"Esta decisão preserva a marca Independent e permite que continuemos a investir em conteúdo editorial de alta qualidade que está atraindo mais e mais leitores para nossas plataformas online", disse o Evgeny Lebedev, filho de Alexander, em declaração nesta sexta-feira.
(Por Kate Holton e Paul Sandle; reportagem adicional de Rahul B)