PEQUIM (Reuters) - As restrições chinesas sobre a transferência de dados ao exterior podem sobrecarregar as empresas com a construção de centros de processamento de dados "redundantes" na China e impedir que empresas domésticas se expandam para fora, disse nesta terça-feira a Câmara Americana de Comércio na China.
A China tem introduzido uma série de medidas nos últimos anos para manter dados pessoais e financeiros como histórico de crédito e registros médicos em solo chinês, particularmente desde que o ex-prestador de serviços Edward Snowden revelou detalhes da espionagem dos Estados Unidos.
A China não é a única ponderando medidas desse tipo, com países incluindo Alemanha, Brasil e Rússia ratificando ou debatendo amplamente propostas similares em resposta à espionagem.
Empresas de tecnologia, por outro lado, dizem que a obrigatoriedade de manter os dados em território nacional levaria à ineficiência, e o Google afirma que isso resultaria na "balcanização", ou fragmentação, da Internet.
A câmara dos EUA, que tem se tornado cada vez mais vocal no ano passado à medida que a China implementava novas regulações de segurança eletrônica, disse num relatório nesta terça-feira que "os danos ao crescimento econômico ... ofuscam qualquer benefício teórico à segurança".
A câmara citou um estudo do Centro Europeu de Economia Política Internacional de que a obrigatoriedade em manter dados em território nacional pode custar ao Produto Interno Bruto (PIB) da China 1,1 por cento.
Autoridades da China, por sua parte, têm reiterado que as regulações chinesas sobre segurança eletrônica estão em linha com padrões internacionais atuais e não são mais onerosos.
(Por Gerry Shih)