Por Sam Nussey e Makiko Yamazaki
TÓQUIO (Reuters) - As três maiores empresas de telecomunicações do Japão planejam não utilizar os equipamentos atuais e futuros dispositivos de quinta geração (5G) das chinesas Huawei Technologies e ZTE, disse a Kyodo News nesta segunda-feira.
A notícia da Kyodo, que não cita fontes, chega em um momento de escrutínio dos laços do governo da China com empresas de tecnologia chinesas pelos Estados Unidos e alguns aliados proeminentes, devido a preocupações de espionagem.
Na semana passada, fontes disseram à Reuters que o Japão planejava proibir as compras governamentais de equipamentos da Huawei e da ZTE para garantir suas defesas contra vazamentos de inteligência e ataques cibernéticos.
Um porta-voz do SoftBank Group disse que a terceira maior empresa de telecomunicações do Japão está observando de perto a política do governo e continua considerando suas opções. A quantidade de equipamentos em uso dos fabricantes chineses "é relativamente pequena", disse ele.
As duas principais operadoras de telecomunicações do Japão, a NTT Docomo e a KDDI, disseram que ainda não haviam tomado nenhuma decisão.
A Docomo não usa equipamento de rede Huawei ou ZTE, mas fez parceria com a Huawei em testes 5G. A KDDI também não usa o equipamento da Huawei em sua rede "central", disse uma porta-voz, acrescentando que não usa nenhum equipamento da rede ZTE.
Ao ser questionada sobre a notícia, a Huawei se referiu a um documento de política do governo japonês divulgado na segunda-feira sobre segurança cibernética. Esse documento declara o objetivo de um "ciberespaço livre, justo e seguro".
"Essas são as ambições que a Huawei compartilha e estamos ansiosos para continuar a trabalhar de perto com os clientes no mercado japonês", disse um porta-voz da Huawei.
A ZTE se recusou a comentar o relatório.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que a China já teve "comunicação" com o Japão sobre o assunto.
A China sempre pediu ao Japão que forneça um ambiente aberto, justo e não discriminatório para as empresas chinesas que operam no país, e Pequim continuará prestando muita atenção a essa questão, disse Lu em uma entrevista coletiva diária.
"Acreditamos que as atividades operacionais normais das empresas chinesas não devem ser tratadas de maneira discriminatória", acrescentou.
As ações da SoftBank, que tem a mais profunda relação com a Huawei entre as grandes empresas de telecomunicações japonesas, fecharam em queda de 3,5 por cento, enquanto os papéis da Docomo e da KDDI recuaram cerca de 1 por cento.
Mais cedo, a unidade de telecomunicações japonesa da SoftBank precificou seu IPO a 1.500 ienes (13,31 dólares) por ação e disse que venderá 160 milhões de ações extras para atender à demanda sólida, levantando cerca de 23,5 bilhões de dólares.
(Por Sam Nussey e Makiko Yamazaki)