TORONTO, Canadá (Reuters) - Sete em cada dez pessoas disseram que a "Internet paralela", refúgio de criminosos e ativistas que temem a vigilância governamental, deveria ser desligada, de acordo com uma pesquisa global da Ipsos divulgada nesta terça-feira.
As conclusões da pesquisa realizada com pelo menos 1.000 pessoas em cada um de 24 países avaliados acontece em um momento em que legisladores e empresas de tecnologia discutem se a privacidade digital deve ser limitada para ajudar reguladores e agentes da lei a combaterem mais facilmente hackers e outras ameaças digitais.
A porção de pessoas que respondeu concordando fortemente ou concordando parcialmente que esta Internet paralela deveria ser fechada variou entre 61 e 85 por cento, com maior suporte na Indonésia, Índia, Egito e México e menor na Suécia, Coreia do Sul e Quênia.
Segundo os pesquisadores, esta Internet paralela é uma área da Internet acessada somente via navegadores especiais que garantem anonimato, em que o conteúdo é escondido e os dados são tipicamente criptografados.
A questão apresentada na pesquisa apontou que o anonimato da Internet paralela pode proteger jornalistas, ativistas dos direitos humanos, dissidentes e informantes, mas também esconde redes de abuso infantil e mercados ilegais de vendas de armas e narcóticos.
"O público claramente quer que os agentes da lei tenham as ferramentas para fazer seu trabalho. Mas se você inverte o assunto e diz que eles deveriam ter acesso a seus dados, eles tendem a sentir de maneira diferente", disse Fen Osler Hampson, diretor do programa de políticas e segurança global do Centro Internacional para Inovação de Governança (Cigi, na sigla em inglês), que comissionou a pesquisa do Ipsos.