BERLIM (Reuters) - A ministra da Justiça da Alemanha disse nesta quinta-feira que pediu para falar com executivos do Facebook para descobrir se os 30 milhões de usuários da rede social no país foram afetados por um escândalo envolvendo o uso de dados pessoais.
A maior rede social do mundo enfrenta escrutínio governamental na Europa e nos Estados Unidos devido às alegações de que a consultoria britânica Cambridge Analytica acessou de forma indevida informações de usuários para formar perfis de eleitores norte-americanos que posteriormente foram usados para ajudar a eleger Donald Trump como presidente dos EUA em 2016.
A ministra Katarina Barley disse que é preciso possibilitar que usuários de redes sociais especifiquem se estão felizes por terem seus dados usados em certas situações e não apenas dar a eles a opção de clicar "sim" ou não ser capaz de usar o serviço.
"Eu demando esclarecimento sobre se usuários e contas alemãs estão afetados e o que o Facebook planeja fazer para evitar que isso aconteça de novo", disse ela em coletiva. A ministra disse que uma data para a conversa na próxima semana ainda não foi marcada.
A Alemanha tem liderado as propostas de regulações mais duras sobre mídias sociais. O país aprovou uma lei dura para reprimir discurso de ódio no ano passado e o Facebook também enfrenta um questionamento antitruste sobre monetização de dados pessoais.
Direito de privacidade é um assunto particularmente sensível e emocional na Alemanha, após décadas de vigilância do governo conduzida durante o regime nazista e posteriormente na Alemanha comunista.
(Por Joseph Nasr e Emma Thomasson)