Por Tom Wilson e Balazs Koranyi
LONDRES/WASHINGTON (Reuters) - Os planos do Facebook de lançar sua criptomoeda libra enfrentaram um novo obstáculo na quinta-feira, quando o G7 disse que as chamadas "stablecoins" não deveriam ser lançadas até que os riscos internacionais profundos que representam sejam resolvidos.
Quando lançadas em larga escala, as stablecoins - moedas digitais geralmente apoiadas por dinheiro tradicional e outros ativos - podem ameaçar o sistema monetário e a estabilidade financeira do mundo, disse um grupo de trabalho do G7 em um relatório para ministros de finanças reunidos em Washington para reuniões do FMI e do Banco Mundial.
A tecnologia emergente, que atualmente não é regulamentada, como outras criptomoedas, também pode dificultar os esforços internacionais para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, além de criar problemas de segurança cibernética, tributação e privacidade, segundo o relatório.
"O G7 acredita que nenhum projeto global de stablecoin deve entrar em operação até que os desafios e riscos legais, regulatórios e de supervisão" sejam abordados, disse o grupo de trabalho, presidido pelo membro do conselho do Banco Central Europeu Benoit Coeure.
"Espera-se que as entidades do setor privado que elaboram acordos sobre stablecoins abordem uma ampla gama de desafios e riscos legais, regulatórios e de supervisão", acrescentou o relatório.
Em resposta, a Associação Libra que apoia a criptomoeda disse que está comprometida em trabalhar com reguladores.
A libra foi projetada para respeitar a soberania nacional sobre a política monetária, bem como as regras contra a lavagem de dinheiro e outros esforços para impedir finanças ilícitas, afirmou a entidade em comunicado.
Em meio a um rigoroso controle regulatório, as 21 empresas que apoiam a libra se comprometeram na segunda-feira a avançar com o projeto, ignorando a deserção de um quarto de seus membros originais, incluindo as gigantes de pagamentos Visa e Mastercard.