Por Makini Brice e Eric M. Johnson
WASHINGTON/SEATTLE (Reuters) - A Nasa permitirá que cidadãos se hospedem na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) por um período de um mês por cerca de 35 mil dólares por noite, disse a agência espacial norte-americana nesta sexta-feira.
A mudança reverte uma proibição de longa data contra turistas e interesses privados no laboratório de pesquisa em órbita, e reflete um impulso mais amplo para expandir as atividades comerciais na ISS e no espaço em geral.
Ela abre caminho para que cidadãos viajem para a ISS a bordo dos sistemas de lançamento de foguetes e cápsulas que estão sendo desenvolvidos pela Boeing e pela SpaceX, de Elon Musk. As duas empresas estão preparadas para transportar os astronautas para a ISS a partir de solo norte-americano pela primeira vez em quase uma década.
A Nasa permitirá até duas viagens particulares à estação por ano, cada uma com duração de até 30 dias, segundo a Nasa. A primeira missão pode ser em 2020.
Mas o passeio não será barato.
A Nasa estimou que o custo de um voo seria de cerca de 50 milhões de dólares por assento. Além disso, a Nasa cobrará visitantes por comida, armazenamento e comunicação uma vez na estação.
"Se você olhar para o preço e fazer as contas, seria cerca de 35 mil dólares por noite, por pessoa", disse Jeff DeWit, vice-presidente financeiro da Nasa, em entrevista coletiva em Nova York.
A contraparte russa da Nasa, a Roscosmos, já permitiu a participação de vários cidadãos na estação.
Funcionários da Nasa também disseram que abrir a porta para a iniciativa privada dá à agência mais espaço para se concentrar na meta do governo Trump de retornar à Lua até 2024, o que poderia ser alimentado em parte pela receita gerada pelos novos serviços comerciais e pelos astronautas pagantes.
Os arranjos para a viagem estavam sendo deixados para a Boeing e a SpaceX, disse a Nasa.