Por Jack Stubbs e Douglas Busvine
BARCELONA (Reuters) - A Nokia não espera que a possível exclusão de empresas chinesas por motivos de segurança atrase o lançamento da próxima geração de serviços 5G em mercados europeus, disse à Reuters o presidente-executivo da companhia finlandesa, Rajeev Suri.
Há um debate na Europa sobre se os países devem ceder à pressão de Washington e barrar a chinesa Huawei Technologies, ainda que grandes operadoras de telecomunicações alertem que tal medida poderia atrasar a implementação da rede 5G por anos.
Suri, no entanto, minimizou preocupações de que um campo reduzido de vendedores possa retardar atualizações de rede. Para ele, os reais motivos para a Europa estar cada vez mais atrás dos Estados Unidos em 5G são a retenção na liberação de espectro para as operadoras, bem como os elevados custos de licitação em países como Itália.
"Eu acho que não se pode dizer que a situação causada por parte disso atrasará a implementação do 5G ou que outros não são capazes ou estão prontos para fornecer equipamento. Isso não seria preciso", afirmou Suri durante o Mobile World Congress, principal evento da indústria, em Barcelona.
O governo do presidente Donald Trump pressionou aliados europeus a excluir a chinesa Huawei, dizendo que a companhia está intimamente ligada ao governo chinês e seu equipamento poderia ser vulnerável a ciber espionagem.
A Huawei rejeita fortemente tais alegações e o presidente do conselho de administração da companhia, Guo Ping, reiterou em Barcelona que a empresa chinesa jamais permitiria que qualquer país inserisse o que se chama de "backdoor" em seu equipamento.
A Nokia, segunda maior fabricante de equipamentos de rede do mundo depois da Huawei, alertou sobre um início fraco de ano em 2019, mas espera que as vendas se recuperem e mostrem expansão em 2020, conforme a implementação de 5G ganha ritmo.
(Por Douglas Busvine)