XANGAI (Reuters) - A China Computer Federation (CCF), um grupo de pesquisa de tecnologia de Pequim, está suspendendo as comunicações com uma associação de engenheiros sediada nos Estados Unidos no mais recente episódio de retaliação à inclusão da Huawei por Washington em uma lista negra comercial.
A CCF disse nesta quinta-feira que suspenderá os negócios com a divisão de publicações do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), um dia depois da entidade norte-americana confirmar que vai impedir a participação de funcionários da Huawei em certos aspectos do processo de revisão de trabalhos de pesquisa.
O conflito entre as duas organizações destaca como as restrições comerciais impostas à Huawei estão repercutindo na comunidade científica mais ampla.
Washington acusa a Huawei de estar vinculada ao governo da China e proibiu efetivamente empresas norte-americanas de fazer negócios com ela por razões de segurança nacional.
Em uma mensagem publicada no aplicativo chinês WeChat, a CCF criticou o Sociedade de Comunicações do IEEE (ComSoc), que publica relatórios de pesquisa.
"O IEEE já foi considerado uma organização acadêmica internacional aberta, uma comunidade acadêmica de profissionais da área de tecnologia da informação, com membros de todo o mundo, incluindo a China", escreveu o CCF.
"Mas desta vez lamentamos ver que sua Sociedade de Comunicações (ComSoc) restringiu as atividades de seus membros com base nas leis locais, o que viola seriamente a natureza aberta, igualitária e não politizada de ser uma organização acadêmica internacional."
Em seu site, o IEEE lista o CCF como uma de suas "sociedades irmãs". Desde 2016, as duas organizações distribuem prêmios para cientistas da computação com menos de 40 anos.
O IEEE não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.