SÃO PAULO (Reuters) - A gestora de fundos de private equity Advent anunciou nesta quinta-feira acordo para comprar o controle da fornecedora de produtos tecnológicos Allied.
Segundo uma fonte com conhecimento direto do assunto, a Advent pagará 1 bilhão de reais para ficar com 75 por cento da Allied, líder no país na intermediação das vendas de produtos como telefones celulares, de fabricantes para redes varejistas.
A Advent comprou a fatia da One Equity Partners, gestora de private equity do JP Morgan, e de outros minoritários. A família Radomysler, fundadora, seguirá como sócia e gerindo as atividades rotineiras da Allied. A transação deve ser concluída no primeiro trimestre de 2015, informou a Advent em comunicado.
Fundada em 2001, a Allied gerencia a cadeia de fornecedores, incluindo operadores de telefonia. Segundo o documento, a Allied tem receita anual de 3,5 bilhões de reais.
Segundo a fonte, que pediu anonimato porque a informação é sigilosa, o resultado operacional da Allied medido pelo Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) esperado para 2014 é de 250 milhões de reais. Pela dimensão do negócio, a tendência é que o desinvestimento futuro aconteça via oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
"Nos últimos anos o crescimento do setor de telecomunicações criou uma grande demanda pelos serviços oferecidos pela Allied, fazendo da empresa uma importante parte da cadeia de valor", disse Patrice Etlin, sócio da Advent, em comunicado.
A combinação de alta do dólar e fraca atividade econômica do país tem levado grandes gestores de private equity, que investem para períodos médios acima de cinco anos, a enxergarem o momento como uma boa oportunidade para compras pontuais.
Em 2014, a Advent também investiu na Cataratas do Iguaçu, concessionária de serviços em parques nacionais no Brasil, e na United Medical, farmacêutica especializada.
A gestora anunciou no mês passado a captação de 2,1 bilhões de dólares para o seu sexto fundo dedicado à América Latina, o maior dos fundos de private equity já levantados para a região.
Em julho, a norte-americana Carlyle criou um novo fundo de cerca de 375 milhões de reais para investir no Brasil, informou à Reuters uma fonte a par do assunto.
(Por Aluisio Alves, edição Alberto Alerigi Jr. e Luciana Bruno)