Por Jack Stubbs
BARCELONA (Reuters) - A segurança das redes 5G de próxima geração dominou o Mobile World Congress deste ano em Barcelona, com visões conflitantes, sobre os riscos de mudar para a nova tecnologia, que estão sendo debatidas no palco e em reuniões de bastidores.
O 5G promete conexões super rápidas, que seus propagadores dizem que transformarão a maneira como vivemos, possibilitando tudo, de carros autônomos a óculos de realidade aumentada e baixar um filme para o seu telefone em segundos.
Mas também há preocupações de segurança, algumas das quais impulsionaram a iniciativa dos Estados Unidos e de outros países de remover equipamentos fabricados na China de redes ocidentais.
INFRAESTRUTURA CRÍTICA
Uma vez que o 5G seja incorporado em tudo, desde hospitais a sistemas de transporte e usinas de energia, ele rapidamente se tornará parte da infraestrutura nacional crucial de cada país.
Isso faz com que as consequências das redes em caso de falha ou em uma sabotagem deliberada em um ataque cibernético sejam significativamente mais sérias.
MAIS CONEXÕES
O fato de o 5G tornar a internet de alta velocidade cada vez mais acessível, também fará o número de dispositivos na rede aumentar drasticamente.
Estes incluirão as tradicionais conexões móveis e de banda larga, mas também dispositivos habilitados para internet, desde lavadoras de louça até equipamentos médicos avançados. A associação da indústria, GSMA, prevê que o número de dispositivos habilitados para internet triplicará para 25 bilhões até 2025.
Quanto maior a rede, mais oportunidades existem para os hackers atacarem, o que significa que há um sistema cada vez mais complexo com mais partes que precisam ser protegidas.
SISTEMA DISTRIBUÍDO
Uma das maiores mudanças do 5G é a capacidade de obter o poder de computação avançado normalmente mantido no "núcleo" protegido de uma rede e distribuí-lo para outras partes do sistema.
Isso fornecerá conexões de alta velocidade mais confiáveis e também significará que tecnologias futuras, como óculos de realidade aumentada, não precisarão de um poder de computação embutido, porque podem extraí-lo da rede.
Mas também significa que os engenheiros não poderão mais segregar com clareza as partes sensíveis e menos restritas do sistema.
Os Estados Unidos e outros países alertaram que isso significa que equipamentos fabricados por empresas chinesas como a Huawei Technologies, acusada por Washington de espionar para Pequim, terão acesso a informações protegidas.
A Huawei tem negado as acusações.
(Por Jack Stubbs)