Por John Geddie
SINGAPURA (Reuters) - O Reino Unido leva a sério as preocupações dos Estados Unidos sobre o uso de equipamentos da Huawei, mas está confiante que um acordo comercial com os EUA estará entre os primeiros concluídos após o país deixar a União Europeia (UE), informou o secretário de Relações Exteriores nesta segunda-feira.
Autoridades norte-americanas sugeriram que futuras negociações comerciais podem ser afetadas pela decisão do Reino Unido de conceder à Huawei um papel limitado em sua rede 5G, frustrando o pedido dos Estados Unidos para a exclusão da empresa das redes de comunicação de próxima geração no Ocidente.
"Ouvimos e levamos as preocupações de nossos amigos norte-americanos muito a sério", disse Dominic Raab em resposta a uma pergunta sobre o assunto.
"Estamos razoavelmente confiantes que podemos fazer um acordo de livre comércio (com os EUA) nessa primeira leva de acordos comerciais pós-Brexit", acrescentou Raab durante uma visita a Singapura.
"Tivemos uma boa conversa sobre a Huawei, e a única coisa que todos reconhecemos é que houve uma falha no mercado em termos de fornecedores de alta confiança poderem fornecer infraestrutura de telecomunicações".
No mês passado, o Reino Unido disse que limitará em 35% o envolvimento de "fornecedores de alto risco", como a Huawei, nas partes não sensíveis de sua rede 5G. A exclusão total da Huawei atrasaria a implantação do 5G e custaria mais aos consumidores, acrescentou.
O Reino Unido está em negociações com os Estados Unidos, Austrália, Canadá e outros países sobre futuras inovações tecnológicas que podem desafiar o domínio da Huawei na área, disse Raab.
"Para o 5G, quanto mais cedo pudermos construir nossa base de fornecedores de alta confiança, menos dependemos de fornecedores de alto risco", acrescentou.