Por Rosalba O'Brien e Antonio De la Jara
SANTIAGO (Reuters) - A América Latina está ficando para trás em relação a outras partes do mundo no desenvolvimento de novas tecnologias, com a falta de urgência de seus governos, disse a líder do braço econômico da Organização das Nações Unidas (ONU) na região.
Muitos países não conseguiram acompanhar o progresso tecnológico de rápida evolução em áreas como nanotecnologia e inteligência artificial, disse Alicia Barcena, secretária-executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), em entrevista na quinta-feira.
"Os governos da região não têm senso de urgência no sentido de que a tecnologia é um trem que deixou a estação e esta região está muito atrasada", disse Alicia Barcena, durante o Reuters Latin American Investment Summit na sede da Cepal, em Santiago.
"É necessário um salto para que você não acabe exportando matéria-prima, mas com valor agregado", disse.
Existem exceções, como a inovação digital no Uruguai e os investimentos em energia renovável no Chile e no México, que estão crescendo rapidamente e provavelmente se espalharão para outras partes da região, segundo Alicia.
A economia da América Latina, no entanto, permanece em geral altamente dependente das exportações de recursos naturais, o que a torna vulnerável a quedas no ciclo de commodities.
Mas Alicia Barcena disse estar otimista com uma expansão econômica mais rápida em 2018 -cerca de 2 por cento para a região como um todo, em comparação com 1,1 por cento este ano- à medida que os preços das commodities melhoraram e com a retomada do crescimento global.
"Quase todas as economias (latino-americanas) estão entrando em um ritmo positivo", disse ela, acrescentando que economias de Brasil, México e Argentina provavelmente estarão liderando a recuperação.
Para mais notícias do Reuters Latin American Investment Summit acesse http://www.reuters.com/summit/LatinAmerica17