Por Hyunjoo Jin e Heekyong Yang
SEUL (Reuters) - A Samsung Electronics deve apresentar um novo smartphone dobrável e novas versões de sua principal linha Galaxy S nesta terça-feira, buscando recuperar as vendas depois de ceder a liderança do mercado para a Apple (NASDAQ:AAPL) no último trimestre.
Antes do evento de lançamento em São Francisco, nos Estados Unidos, a Samsung, em um comercial surpresa transmitido no país durante a cerimônia do Oscar no domingo, mostrou uma prévia do novo smartphone quadrado que se dobra como um antigo telefone com flip e exibe um painel de notificações no exterior, semelhante ao que a Motorola fez no novo Razr.
Espera-se que o Galaxy Z Flip seja mais barato que o Galaxy Fold, lançado em setembro, que custa 1.980 de dólares e se abre como um livro, em parte devido a uma tela mais compacta, disseram analistas e fontes.
"Os dobráveis são caros e muito difíceis de produzir. Levará tempo para que smartphones dobráveis se tornem produtos do mercado de massa", disse Neil Mawston, analista da Strategy Analytics, que espera que os smartphones só entrem no mercado de massa em 2022 ou 2023.
A produtividade e a capacidade limitadas de telas dobráveis restringirão a capacidade da Samsung de aumentar muito sua produção, disseram autoridades e analistas do setor.
As vendas são projetadas no máximo 5 milhões de unidades este ano, ou menos de 2% do total dos envios de smartphones da Samsung em 2019, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters. A Samsung não comentou o assunto.
A companhia sul-coreana também deve lançar três atualizações da linha de smartphones premium Galaxy S, cujas vendas devem exceder as dos antecessores, ajudadas por preços competitivos e câmeras poderosas, disse a empresa de pesquisa Counterpoint.
A Samsung perdeu a liderança em smartphones para a Apple no trimestre passado, de acordo com a Strategy Analytics, já que preços menores do iPhone 11 ajudaram a empresa norte-americana a obter o melhor desempenho de crescimento de vendas desde 2015.
Enquanto o surto do coronavírus na China começou a prejudicar a cadeia de fornecimento global e interromper a produção de smartphones, a empresa sul-coreana é vista como a menos afetada entre as principais fabricantes, já que sua principal base de produção é no Vietnã, disseram analistas.
A empresa de pesquisa TrendForce prevê que a produção global de smartphones diminuirá em 12% no primeiro trimestre, atingindo menor nível em cinco anos. Para a Samsung, a empresa cortou a estimativa de produção em apenas 3%.