Por Makiko Yamazaki e Noriyuki Hirata
TÓQUIO (Reuters) - A unidade sensores de imagem da Sony pretende replicar o sucesso do PlayStation para lidar com sua dependência de alguns fornecedores no inconstante mercado de smartphones: vender um software por assinatura para análise local de dados de sensores.
Transformar chips em uma plataforma de software - semelhante ao serviço de assinatura de videogames PlayStation Plus - representa uma mudança radical para o negócio de 10 bilhões de dólares, que construiu seu domínio de mercado através de avanços em hardware.
O esforço coincide com a busca da Sony de uma receita recorrente após anos de prejuízos no volátil setor de eletrônicos de consumo. Segundo analistas, o sucesso poderia servir como uma réplica aos pedidos do investidor ativista Daniel Loeb de que o negócio fosse desmembrado.
"Temos uma posição sólida no mercado de sensores de imagem, que serve como porta de entrada para dados de imagem", disse Hideki Somemiya, da Sony, que lidera uma nova equipe no desenvolvimento de aplicativos de sensores.
A análise desses dados com inteligência artificial (IA) "formaria um mercado maior do que o potencial de crescimento do próprio mercado de sensores em termos de valor", disse Somemiya em entrevista, apontando a natureza recorrente do processamento de dados dependente de software contra um negócios somente de hardware.
A Sony desenvolveu o que chama de o primeiro sensor de imagem do mundo com processador de IA integrado. O sensor pode ser instalado em câmeras de segurança, onde é possível identificar os funcionários de uma fábrica que não estão utilizando capacetes, por exemplo, ou ser utilizado em veículos para monitorar a sonolência do motorista. O software pode ser modificado ou substituído por atualização por meio de redes sem fio, sem a necessidade de mexer na câmera.
O conglomerado japonês espera que os clientes assinem seu serviço de software para sensores por meio de taxas mensais ou um licenciamento, assim como os jogadores compram um console PlayStation e depois pagam pelo software ou assinam serviços online.
A Sony não divulgou uma data de início para o serviço, mas em uma entrevista coletiva no mês passado, Somemiya disse que havia demanda de "varejistas e fábricas - principalmente entre empresas".